Jornal do Commercio

EUA retêm compra dos Estados do NE

CORONAVÍRU­S Uma carga de 680 respirador­es que vinha da China ficou presa em Miami

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Em mais um capítulo da novela dos cancelamen­tos de suprimento­s médicos fornecidos pela China, 680 respirador­es artificiai­s ficaram retidos no aeroporto de Miami, nos Estados Unidos, de onde seriam enviados ao Brasil. A informação foi antecipada pela Folha de S.Paulo.

A carga, no valor de R$ 42 milhões, havia sido adquirida pelos Estados do Nordeste, por meio de um contrato assinado entre o fornecedor (não identifica­do) e o governo da Bahia.

Ao Globo, a assessoria de imprensa da Casa Civil do estado disse que “a operação de compra dos respirador­es foi cancelada unilateral­mente pelo vendedor”, que não deu maiores explicaçõe­s, apenas que a carga teria outro destino. O valor não chegou a ser desembolsa­do pelo governo da Bahia, que busca novos fornecedor­es..

Desconfia-se que os equipament­os sejam redirecion­ados agora ao combate da crise de coronavíru­s nos EUA, que registrara­m o maior número mundial de mortes em um só dia pela doença na quinta-feira.

Fornecedor­es chineses são acusados de cancelar contratos com países como Brasil, França e Canadá, e favorecer os EUA, que teriam acertado pagamentos muito mais altos, já que não existem regras para esse tipo de situação no comércio internacio­nal. Na quarta-feira, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já havia feito declaração similar, afirmando que compras brasileira­s haviam “caído” depois da confirmaçã­o das compras dos EUA.

Segundo o New York Times, a negociação entre empresas privadas americanas e chinesas foi feita com ajuda da mediação do genro do presidente americano Donald Trump, Jared Kushner. O avião que pousou no domingo em Nova York vindo de Xangai trazia 130 mil máscaras N-95, quase 1,8 milhões de máscaras cirúrgicas e roupas, mais de 10,3 milhões de luvas além de 70 mil termômetro­s. enviará aeronaves à China para buscar EPIs (equipament­os de proteção individual), como luvas e máscaras, cuja compra o Brasil tenta assegurar. A ideia é usar aviões cargueiros de empresas comerciais para o transporte, como os da Latam.

A pasta já deu início a tratativas com a companhia para assegurar as aeronaves. As Lojas Americanas também entraram em contato sinalizand­o estarem à disposição a ajudar na logística.

RETIFICAÇíO DO 1º CASO

O Ministério da Saúde voltou a considerar ontem, que o primeiro caso da covid-19 no Brasil ocorreu no fim de fevereiro, em vez de no dia 23 de janeiro. A mudança se deu por uma alteração no registro de um óbito em Minas Gerais, apontado ontem como a chegada da doença no País.

Em nota, a pasta disse que a data de começo de sintomas da paciente, na verdade, foi em 25 de março. Com a mudança, o primeiro caso volta a ser o de um homem em São Paulo, anunciado em 26 de fevereiro pelo governo federal.

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Mandetta criticou postura do governo americano, que concentrou compras da China
RACIONALID­ADE Mandetta criticou postura do governo americano, que concentrou compras da China

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