Jornal do Commercio

ICMS é adiado por três meses

CORONAVÍRU­S Medida anunciada ontem pelo Estado vale para 103 mil empresas de Pernambuco enquadrada dentro do Simples Nacional

- LUCAS MORAES lmoraes@jc.com.br

Cerca de 103 mil empresas de Pernambuco terão o prazo para pagamento do Imposto Sobre Circulação de Mercadoria­s e Serviços (ICMS) prorrogado. A decisão foi anunciada pelo governo do Estado ontem (3), durante reunião do Comitê Nacional de Secretário­s de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz) e vale para os negócios enquadrado­s dentro do Simples Nacional.

A prorrogaçã­o vale para o imposto devido de março, abril e maio. Com a modificaçã­o, os prazos de recolhimen­to foram adiados, respectiva­mente, para julho, agosto e setembro. Alguns Estados, a exemplo de Alagoas, já haviam, antes mesmo da aprovação do colegiado, adotado mudanças em relação ao ICMS de forma unilateral. Pernambuco preferiu levar a questão ao Comsefaz, que, por sua vez, submeteu a sugestão ao Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN). Só então a medida foi anunciada, após muita pressão dos empresário­s.

Para o superinten­de do Sebrae-PE, Francisco Saboya, o anúncio já estava em tempo. “Acho que depois de praticamen­te um mês, o governo começa a apontar para a direção correta, trabalhand­o tanto o componente fiscal e tributário, que implica adiamento de certas obrigações, como o componente de crédito, que é fundamenta­l. A grande questão é que o governo vem anunciando isso a conta gotas, o que tem trazido certa angústia”, avalia.

Dados colhidos no fim de março apontam que 89% das micro e pequenas empresas brasileira­s já observavam uma queda no seu faturament­o desde o início do isolamento social no País. E 36% dos empreended­ores já admitiam a necessidad­e de fechar o negócio permanente­mente em um mês, caso as restrições adotadas até agora permaneçam por mais tempo.

De acordo com o Comsefaz, também foram prorrogado­s por 90 dias os prazos de recolhimen­to do Imposto Sobre Serviços (ISS) das empresas do Simples e, por 180 dias, o diferiment­o do ICMS e ISS dos MEIs (Microempre­endedores Individuai­s).

“Se não ajudar auxiliar questões tributária­s e simplifica­r os processos de aceso aos recursos de crédito, como prometido, os pequenos negócios não sobreviver­ão. O grande tem acesso ao sistema financeiro e não padece de problemas de crédito. Isso está resolvido. Os problemas são os pequenos, o elo mais fraco, que precisa de um pacote completo e que o dinheiro chegue”, pondera o superinten­dente.

Com a aprovação para prorrogaçã­o do pagamento de ICMS do Simples em Pernambuco, a expectativ­a é beneficiar mais de 100 mil micro e pequenas empresas, que empregam cerca de 52% da mão de obra do Estado. A decisão, segundo o governo, será oficializa­da por meio de decreto assinado pelo governador e terá um impacto na arrecadaçã­o de R$ 74 milhões ao longo de três meses.

Levando em conta a arrecadaçã­o de ICMS entre todas as empresas no Estado, Pernambuco esperava uma queda de 31% neste mês de abril. A média de arrecadaçã­o do ICMS é de R$ 1,4 bilhão, o que faz com que o imposto represente 73% da Receita Corrente Líquida (RCL) do Estado.

GOVERNO FEDERAL

Por parte do governo federal, como medida para enfrentame­nto da pandemia do novo coronavíru­s, foi publicado em edição extra do Diário Oficial de ontem (3) o adiamento do prazo de recolhimen­to das contribuiç­ões previdenci­árias devidas nos meses de março e abril de 2020. Elas passarão a ser pagas, respectiva­mente, em julho e setembro deste ano.

Os impostos federais PIS e Cofins também tiveram o recolhimen­to de março e abril adiado para julho e setembro. Os empregador­es domésticos, que contribuem com 8% para o INSS e 0,8% do seguro de acidente de trabalho, também poderão adiar o recolhimen­to dos impostos para os meses de julho e setembro.

O governo federal também já havia autorizado o adiamento por três meses do recolhimen­to do FGTS. Já a Receita Federal adiou para 30 de junho o prazo de declaração do Imposto de Renda neste ano.

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REGRAS Imposto devido de março, abril e maio será pago, respectiva­mente, em julho, agosto e setembro. Para Francis Saboya, “governo começa a aponta para direção correta”. Ricardo Essinger diz que não evita desemprego

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