Sem neura
Acrise global do coronavírus tem forçado um reboot de rotinas, o que pior poderia ser não fosse o socorro da tecnologia. Longe de significar um tempo de desânimo, precisa ser um tempo de renovar as esperanças e repensar as coisas.
Reuniões por vídeo conferência e até julgamentos pelo mesmo meio, nos Tribunais. O delivery como hábito. O e-mail, os aplicativos, as redes sociais, nunca tão explorados. A Terra segue a girar.
A vida é por definição uma energia dinâmica. Nos cobra e nos exige coragem, nos concita a não nos acomodarmos. Grita, rebelde, por seguir o seu caminho. Gaiolas nem para os pássaros. Como então para o bicho homem? A economia precisa funcionar. Sem que a indústria fature, gere vendas, como fica o emprego? Sem que haja receita tributária, como ficam os serviços públicos? Se não se morre de covid, se morre de fome? Não pode ser. Nem uma coisa, nem outra.
Como diz reportagem da edição eletrônica da revista Exame de 26/3, o fato é que, “com restrições à circulação um pouco menos severas, a economia pode continuar funcionando em um ritmo lento, porém que permita a solvência da administração pública e a sobrevivência de mais negócios e empregos depois do surto, além de melhorar a qualidade de vida da população em geral”.
É fundamental que os gestores públicos encarem esse debate, sem que temam ser acusados de loucos e genocidas.
A vida precisa continuar mesmo com o coronavírus, como continuou diante de tantas outras crises, até de duas guerras mundiais. O medo, a incerteza, fazem parte. Devemos ser mais fortes que eles.
Encerro compartilhando bela frase de Albert Einstein: “Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivêla como se os milagres não existissem. A segunda é vivêla como se tudo fosse milagre”. Cuidemo-nos sem neura. Até a uva passa.
A vida é uma energia dinâmica. Nos cobra e nos exige coragem