Liniker e outras vozes LGBT engajam em festival
daniel.eduardoflins@gmail.com
Marsha P. Johnson foi uma mulher negra, transexual, norteamericana e ativista dos direitos LGBTQIA+. Figura de extrema importância e peso na comunidade, ela ajudou a liderar a revolta de Stonewall, faleceu em 1992, mas o seu legado continua a inspirar novas gerações e iniciativas, a exemplo do festival Marsha! Entra na Sala, que acontece hoje e amanhã com shows, oficinas e debates, em um total de mais de 20 horas de atividades online.
O festival montou uma grade marcada pela representatividade, com mais de 50 atrações das mais diversas áreas. Personalidades da política, música, arte, moda e cultura irão se dividir em conversas, oficinas e shows e marcarão presença nas lives que serão transmitidas pelas plataformas do YouTube e Instagram.
Nomes como Linn da Quebrada, Liniker, Rosa Luz, Dudu Bertholini, Potyguara Bardo e Mel Gonçalves são alguns confirmados. DJ’s, youtubers, artistas e figuras políticas também estarão conectados e colaborando com o projeto.
O ator pernambucano Jesuíta Barbosa usou de suas redes sociais para divulgar a proposta da iniciativa. “Pedir a você que faça a sua doação no benfeitoria.com e que participe desse festival assistindo ou colaborando com essas pessoas, que também estão sendo afetadas por essa pandemia”, concluiu.
O apelo do artista deve-se ao fato de que o dinheiro arrecadado pelo projeto, através de doações, será completamente revertido para pagar os artistas que irão se apresentar e para auxiliar pessoas LGBTQIA+ que estão em situação de vulnerabilidade e que, além de extremamente marginalizadas pela sociedade, encontram-se prejudicadas pela atual situação mundial.
REPRESENTATIVIDADE
Jarda Araújo, 23, e Ana Flor Rodrigues, 24, são mulheres transexuais, estudantes universitárias e negras. Enquanto Jarda cursa Serviço Social na Universidade Federal de Pernambuco, Ana Flor é graduanda em Pedagogia. Araújo acredita que um projeto como o Marsha! Entra na Sala é de extrema importância, ainda mais diante do cenário proporcionado pelo coronavírus.
A possibilidade de assistir à programação sem precisar sair de casa é um dos ponto positivos apontados por ela. Jarda teve conhecimento do projeto através de Ana Giselle (@anagiza), que além de artista e produtora, é uma das organizadoras do festival, e garante que aplaudiu a ideia desde o início.
Sobre um dos pilares que move o MARSHA!, a representatividade, Araújo é enfática.
“Um festival inteiramente produzido por pessoas trans não é algo comum de se ver no Brasil, e agora acontecendo de forma digital, várias outras pessoas da comunidade T poderão ter acesso. Artistas maravilhosas reunidas disseminando cultura e indo contra as tecnologias de violência, genocídio e apagamento desenvolvidas contra a população trans no Brasil. Ver iniciativas positivas como essa é potente”, elogiou a estudante.
Ana Flor não pensa diferente e é apoiadora e incentivadora do evento. Com mais de 11 mil de seguidores apenas no Twitter e usa de sua visibilidade para atuar em prol da comunidade negra e LGBTQI+.
“Algo que é importante ressaltar ao falar do festival é que toda sua produção é realizada através da economia criativa. Ou seja, com colaboração das pessoas. Deste modo, é fundamental que as pessoas contribuam com o financiamento coletivo. Principalmente porque esse financiamento será revertido em cestas básicas para pessoas LGBTs em situação de vulnerabilidade social e também para o pagamento de diversas e diferentes artistas que estarão presente no festival”, reforçou.
Para colaborar com o financiamento coletivo do projeto: https://benfeitoria.com/marshae ntranasala