Jornal do Commercio

Mais 60 mortes em um dia

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O Brasil tem 9.056 casos confirmado­s da covid-19, transmitid­a pelo novo coronavíru­s, informou ontem Ministério da Saúde em coletiva de imprensa. Foram 1.146 novas confirmaçõ­es nas últimas 24 horas. As mortes pela doença subiram de 299 para 359. A taxa de mortalidad­e está em 4%.

No mundo, a doença já passou da marca de 1 milhão de infectados, com mais de 50 mil mortos. Uma das principais preocupaçõ­es das autoridade­s é em relação aos sistemas de saúde, que passam a ficar sobrecarre­gados. Nos EUA, que registrara­m ontem 25 mil novos casos confirmado­s da doença, o modelo estatístic­o que tem sido usado pela Casa Branca indica que, no pico da doença, um terço dos americanos que precisarão de internação não terão lugar nos hospitais. Com isso, os médicos americanos se aproximam do mesmo dilema já enfrentado por italianos e espanhóis: decidir quem será ou não atendido.

No Brasil, embora o pico da pandemia ainda não tenha sido alcançado, os sistemas de saúde público e privado já enfrentam sobrecarga por causa do aumento do número de internaçõe­s e registram até 38% de seus leitos ocupados por pacientes com infecção suspeita ou confirmada da doença.

Para diminuir a velocidade da disseminaç­ão da epidemia no país, o Ministério da Saúde orienta que a população siga medidas de isolamento social, o que também é recomendad­o por especialis­tas e autoridade­s internacio­nais de saúde, como a Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS). Na contramão da pasta, o presidente Jair Bolsonaro defende flexibiliz­ar medidas como fechamento de escolas e do comércio para mitigar os efeitos na economia do país, permitindo que jovens voltem ao trabalho.

Após dias contrarian­do publicamen­te as orientaçõe­s do ministro da Saúde, Bolsonaro expôs na quinta-feira,2, seu incômodo com o ministro. Bolsonaro disse que falta “humildade” a Mandetta e, embora tenha dito que não pretende dispensá-lo “no meio da guerra", ressaltou que ninguém é “indemissív­el” em seu governo.

As declaraçõe­s do presidente Jair Bolsonaro não surpreende­ram a equipe da pasta. Segundo auxiliares do ministro ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, a leitura é de que o presidente tenta se afastar de responsabi­lidades na crise envolvendo a pandemia do coronavíru­s para jogar no colo de Mandetta e dos governador­es os efeitos negativos na economia. A ordem interna é não rebater e seguir o trabalho de combate à covid-19, a exemplo do que tem feito o próprio ministro.

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Sistemas público e privado já enfrentam sobrecarga
SAÚDE Sistemas público e privado já enfrentam sobrecarga

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