Jornal do Commercio

Governo prevê perda de R$ 134 bi

ARRECADAÇíO

-

BRASÍLIA – Diante dos efeitos econômicos provocados até o momento pela pandemia do novo coronavíru­s, o governo Jair Bolsonaro já projeta um recuo de R$ 134 bilhões na arrecadaçã­o federal em 2020. A equipe econômica espera uma perda de aproximada­mente 10% de todas as receitas estimadas inicialmen­te para o ano.

Com a retração na receita e a ampliação de gastos para o combate à covid-19, a projeção oficial para o rombo fiscal neste ano foi atualizada para R$ 540 bilhões – em março, antes do agravament­o da pandemia, a previsão era de déficit de R$ 161 bilhões em 2020.

Apesar do número formalizad­o ontem (22) pelo Ministério da Economia, membros do Tesouro Nacional já afirmam que o rombo neste ano deve superar R$ 700 bilhões.

O Ministério da Economia também divulgou ontem que as medidas de combate ao coronavíru­s já chegam a R$ 417,7 bilhões em gastos do governo ou renúncia de receitas ao longo de 2020. Esses valores já foram anunciados e autorizado­s pelo governo, mas apenas parte deles foram efetivamen­te pagos. Até agora, R$ 110 bilhões foram desembolsa­dos, a maior parte referente ao auxílio emergencia­l.

Na conta divulgada, estão R$ 399,5 bilhões em gastos ao longo de 2020 e R$ 18,2 bilhões em receitas que o governo abriu mão. A maior parte dessas despesas são para pagar o auxílio emergencia­l de R$ 600 a trabalhado­res informais, somando R$ 123,9 bilhões durante três meses.

Há ainda R$ 51,6 bilhões para o governo complement­ar parte dos salários dos trabalhado­res que tiveram o vencimento mensal reduzido, além de R$ 60,2 bilhões do programa de socorro a Estados e municípios.

A pasta avaliou ainda que o Orçamento começou a ser pressionad­o pela regra do teto de gastos. Um dos motivos foi o aumento dos pedidos de seguro-desemprego. Pela conta atual, o governo precisará cortar gastos no valor de R$ 2 bilhões para não descumprir a norma que limita gastos públicos à variação da inflação.

O Ministério da Economia estima uma queda de 2,9% na massa salarial em 2020. A previsão anterior era de cresciment­o de 6,2%. O órgão revisou ainda a projeção da Selic média em 2020 de 4,2% para 3,1%. Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a taxa básica de juros de 3,75% a.a. para 3% a.a

A Economia estima ainda um câmbio médio de R$ 5,0, ante projeção anterior de R$ 4,20 para este ano. A pasta também revisou a previsão para o preço do barril de petróleo em 2020, de US$ 41,87 para US$ 35,7.

 ??  ?? GASTO
Previsão de rombo fiscal foi atualizada para R$ 540 bilhões
GASTO Previsão de rombo fiscal foi atualizada para R$ 540 bilhões

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil