Jornal do Commercio

Vídeo tem impacto menor que o esperado

POLÍTICA Ajuste de fechamento foi mínimo, enquanto teor de reunião ministeria­l chegava ao público

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SÃO PAULO – Após duas semanas de perdas consecutiv­as, o Ibovespa conseguiu acumular ganho de 5,95% no intervalo de cinco sessões concluído na sexta-feira (22), no melhor desempenho desde a semana até o dia 30 de abril, quando subiu 6,87%. Ontem, o principal índice da B3 se inclinou a uma moderada realização de lucros desde cedo, após ter avançado nas duas sessões anteriores e também na segunda-feira, dia no qual saltou 4,69%, o maior ganho desde 6 de abril. Ontem, fechou em baixa de 1,03%, a 82.173,21 pontos, tendo tocado 81.668,80 na mínima, saindo de máxima a 83.027,09. O giro financeiro totalizou R$ 21,3 bilhões na sessão e, no mês, o índice sobe agora 2,07%, com perda de 28,94% no ano.

Às 17h, quando o aguardado vídeo da reunião ministeria­l do dia 22 de abril foi divulgado no site do Supremo Tribunal Federal (STF), o Ibovespa estacou em baixa de 1%, movimentan­do-se bem pouco à medida que as primeiras informaçõe­s chegavam a público, especialme­nte compromete­doras para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, um dos mais “ideológico­s” integrante­s do governo. Assim, o ajuste de fechamento foi mínimo, enquanto o teor da reunião chegava ao conhecimen­to do mercado.

Na quinta-feira (21), o índice havia navegado na contramão do exterior, mas ontem se alinhou ao dia em boa parte moderadame­nte negativo nos EUA como mais cedo na Europa e na Ásia, em meio à realização do congresso anual do PC da China, que pode aprovar regras mais estritas de controle sobre Hong Kong, território que conta com margem de autonomia desde a devolução pelo Reino Unido, em 1997. O temor é que o governo Trump venha a reagir em defesa das liberdades de Hong Kong, o que poderia acentuar a tensão política e comercial entre as duas maiores economias do planeta

Por aqui, na véspera do fim de semana, a cautela foi reforçada pela expectativ­a quanto à divulgação do vídeo da reunião ministeria­l de 22 de abril, peça importante da investigaç­ão sobre a denúncia do ex-ministro Sergio Moro de que o presidente Jair Bolsonaro pretendeu interferir politicame­nte na Polícia Federal. Em desdobrame­nto relevante, o ministro e decano do STF, Celso de Mello, encaminhou três notícias-crimes ao procurador-geral da República, Augusto Aras, com pedidos de apreensão dos celulares do presidente e de seu filho Carlos Bolsonaro.

Assim, a percepção de risco político, que no dia anterior havia melhorado com o sinal de entendimen­to de União e Estados sobre a necessidad­e de conter os salários do funcionali­smo até o fim de 2021, ontem voltou a pesar sobre a confiança dos investidor­es.

CÂMBIO

O dólar fechou a semana acumulando queda de 4,44%. Foi o maior recuo desde a semana de 30 de setembro de 2018, quando caiu 4,81%. Nos pregões anteriores, a menor tensão política e o exterior favorável ajudaram a retirar pressão do câmbio. Com isso, o real teve o melhor desempenho semanal ante moedas emergentes.

As mesas de operação já começaram a sexta-feira na expectativ­a pela decisão sobre o vídeo e o volume de negócios ficou abaixo da média pela manhã. Declaraçõe­s do diretor do diretor de Política Econômica do Banco Central, Fábio Kanczuk, de que a instituiçã­o está “muito bem preparado” para corrigir distorções no mercado de câmbio, principalm­ente pelo nível das reservas internacio­nais, ajudaram a retirar pressão no câmbio, ecoando o que o presidente da instituiçã­o, Roberto Campos Neto, havia dito na noite de quarta-feira. Ontem, o dólar à vista fechou praticamen­te estável (-0,04%), a R$ 5,5797.

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Moeda fechou praticamen­te estável (-0,04%), a R$ 5,58
DÓLAR Moeda fechou praticamen­te estável (-0,04%), a R$ 5,58

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