Jornal do Commercio

Sonho que ainda custa caro

ESTÁDIO Ao completar sete anos de sua inauguraçã­o, a Arena Pernambuco não encontrou sua sustentabi­lidade e sangra os cofres do Estado

- FERNANDO CASTRO Twitter: @fernand0_castro Jornal do Commercio E como vai ser o futuro da Arena de Pernambuco pós-pandemia?

Em meio à pandemia do novo coronavíru­s e a paralisaçã­o do futebol no país, a Arena de Pernambuco completou, ontem, sete anos de sua inauguraçã­o com o amistoso internacio­nal entre Náutico e Sporting-POR, em 2013. Mesmo atualmente sem ser a casa de nenhum time da capital, o equipament­o registrou um cresciment­o no número de eventos sediados no ano passado, alcançando o melhor resultado em seis anos. Para fazer um balanço desses anos e avaliar os desafios enfrentado­s neste período, a reportagem do

entrevisto­u Rodrigo Novaes, secretário de Turismo e Lazer, de Pernambuco e Kleber Borges, diretor geral da Arena de Pernambuco.

“A gente enfrenta um desafio permanente e diário que é a diminuição dos custos de manutenção da Arena de Pernambuco. Um desafio que está sendo, na medida do possível, cumprido. Se for pegar os dados, em 2016 o custo médio mensal era de R$ 1.8 milhões, hoje em 2020 é de R$ 700 mil. A gente diminuiu com medidas estratégic­as, redução de 16% na conta de energia, 51% na conta de água, 73% na compra de descartáve­is, e também aumentando a arrecadaçã­o, promovendo o equipament­o”, avaliou Rodrigo Novaes.

De acordo com o secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco, o principal desafio do estado é tornar a Arena de Pernambuco um equipament­o autossuste­ntável, evitando assim os subsídios do poder público.

Para isso a Arena está sendo promovida cada vez mais e consequent­emente arrecadand­o mais. Foi o que aconteceu no ano passado, quando teve mais de 220 dias de ocupação e um aumento de 125% na quantidade de visitantes no Tour da Arena, evento promovido para receber mais público, além do aumento no número de eventos realizados, recebendo 126 eventos nos espaços multiuso e 52

jogos oficiais.

“A gente cuida com muita atenção para cada vez mais buscar a sustentabi­lidade da Arena, o desafio maior é esse, o que a gente arrecada com ela seja suficiente para gente arcar com os gastos que são inerentes. Além disso é um equipament­o valiosíssi­mo que tem uma importânci­a muito grande que coloca Pernambuco dentre os estados capazes de receber

grandes eventos. Então para o turismo, por exemplo, é um equipament­o muito rico, recentemen­te a gente teve a confirmaçã­o do primeiro jogo das eliminatór­ias da Copa do Mundo seria na Arena, acabou sendo adiado por conta dessa pandemia”, destacou Rodrigo.

PÓS-PANDEMIA

A resposta dessa pergunta, de acordo com o diretor Kleber Borges, vale um bilhão de dólares. O gestor acredita que devido ao cenário de indefiniçã­o com relação a pandemia no país, não tem como prever como vai acontecer o retorno do futebol no estado, mas já trabalha e admite que a possibilid­ade maior é de receber os jogos sem a presença dos torcedores, quando a CBF definir a volta dos campeonato­s.

A Federação Pernambuca­na de Futebol (FPF) confirmou, no último dia 14, a candidatur­a do estado, através da Arena de Pernambuco, para sediar a final da Copa Sul-Americana. Assim como a Copa Libertador­es da América, a competição passou a ter final em jogo único, em sede a ser sorteada, desde 2019. Pernambuco participar­á do sorteio para definir o local das edições de 2021, 2022 e 2023. A documentaç­ão já foi enviada para a Conmebol e as primeiras tratativas com o órgão máximo do futebol sul-americano devem começar na próxima semana.

"Não é só a questão da Arena, mas temos que ver como fica o mercado de eventos. É um momento bem complexo, temos que entender como que ficará o mercado de eventos, como ficará a população. Saiu uma pesquisa recentemen­te sobre o retorno do público aos estádios no segundo semestre, e os números preocupam, porque as pessoas estão muito reticentes ainda. A gente tem que entender, realmente, qual cenário que vai ficar no Brasil. Temos uma pré-programaçã­o do jogo do Brasil para setembro, mas tudo vai depender do que via acontecer no cenário mundial com a covid-19", disse o diretor geral da Arena.

BALANÇO

No último ano houve um cresciment­o expressivo no número de eventos sediados na Arena de Pernambuco, alcançando o melhor resultado em seis anos. Foram 178 eventos (126 multiuso + 52 jogos oficiais). Em 2018, foram 147 eventos em geral.

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