Jornal do Commercio

Fernando Castilho

- FERNANDO CASTILHO Twitter: Telefone: castilho@jc.com.br jc_jcnegocios (81) 3413.6536

Empresas estão se benefician­do dos juros de curto prazo da taxa Selic a 3%.

Embora a taxa Selic esteja em 3% ao ano, as empresas que estão tomando crédito para prazos mais longos já estão pagando IPCA+5% o que significa que a taxa dos contratos é perto de 8%. O movimento reflete as expectativ­as do mercado bancário quanto ao Brasil daqui a 10 anos, uma base para trazer a valor presente os valores dos contratos.

É um movimento inverso ao do começo do governo Michel Temer, quando a taxa Selic estava em 14% e os bancos cobravam juros de 6% nos contratos futuros.

Segundo o economista e partner da Mont Capital Asset, Thobias Silva, a elevação das taxas no futuro significa que o mercado bancário avalia que o Brasil estará mais fragilizad­o, mais endividado e com mais dificuldad­es nas contas públicas de modo que, em 10 anos, os empréstimo­s terão que pagar um prêmio maior.

O movimento ajuda as grandes empresas. Elas já estão se benefician­do dos juros de curto prazo da taxa Selic a 3% e que são as que estão fazendo as grandes operações – inclusive para capital de giro – exatamente por terem acesso privilegia­do aos bancos. De uma forma geral, avalia Thobias Silva, as empresas com ações em Bolsa no Brasil estão se benefician­do dessas taxas. Primeiro porque a covid-19 chegou quando, de uma forma geral, as empresas da Bovespa estavam muito capitaliza­das e, exatamente por essa condição, estão podendo captar em melhores condições de mercado. Os bancos são quem as procuram. É um quadro bem diferente das pequenas empresas, que sofrem até para ter acesso aos bancos e formularem seus pedidos.

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil