Simbolismo da ida de Bolsonaro a Sinop
Para quem não entendeu a razão do presidente Jair Bolsonaro ter escolhido a cidade de Sinop, no Mato Grosso, onde disse que o Brasil é “um exemplo para o mundo”, ressaltando a matriz de energia limpa e onde disse que “proporcionalmente ocupamos a menor área para agricultura ou pecuária do que qualquer outro País no mundo”, é preciso voltar no tempo e lembrar que ela não nasceu por iniciativa de desbravadores.
Sinop é uma criação dos governos militares a partir de uma inciativa do então presidente Emílio Médici, que convidou a Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná (Sinop) a ocupar o norte de Mato Grosso, dentro da estratégia de “integrar para não entregar”. Nasceu com ordem de derrubar mata, instalar madeireira que, com o tempo, atrai pecuária e, depois, o agronegócio de grãos. O presidente escolheu Sinop para negar o que acontece no Cerrado sobre as queimadas. Ele fez isso levando o secretário Especial de Assuntos Fundiários do Mapa, Nabhan Garcia, além do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
A cidade é um enclave do que os governos militares entendiam sobre como deveria ser a ocupação da Amazônia. O aeroporto se chama Presidente João Figueiredo. Sinop é chamada de “Nortão de Mato Grosso” e tem altos índices de desmatamento da Amazônia Legal. Bolsonaro foi a Sinop negar as queimadas do Cerrado, ainda que, por força da fumaça, seu avião tenha arremetido.
Ato aconteceu em frente ao Palácio São Miguel