Jornal do Commercio

França reluta contra acordo

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PARIS — A França continua se opondo ao acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul em seu estado atual e considera o desmatamen­to um problema “maior”.

Após receber relatório de um comitê de especialis­tas independen­tes, alertando para os riscos ambientais que a entrada em vigor desse acordo acarretari­a, o governo francês apresentou três “exigências” para a continuida­de das negociaçõe­s. Entre elas está o respeito ao Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas.

Exige também que as importaçõe­s para o bloco procedente­s dos países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai) respeitem as normas sanitárias e ambientais europeias.

“O desmatamen­to coloca em risco a biodiversi­dade e altera o clima. O relatório (...) confirma a posição da França de se opor ao projeto”, tuitou o primeiromi­nistro Jean Castex.

O Executivo francês lamentou que o projeto de acordo “não contém nenhum dispositiv­o que permita disciplina­r as práticas dos países do Mercosul no combate ao desmatamen­to. Isso é o principal ponto que falta neste acordo e o principal motivo pelo qual, no estado atual, as autoridade­s francesas se opõem ao projeto”.

Além disso, a França rejeita “a falta de ambição” do texto atual, no que se refere a questões ambientais.

Além da França, diversos países, como Alemanha, Bélgica, Irlanda e Áustria, expressara­m recentemen­te sua relutância em prosseguir com o acordo, principalm­ente devido ao desmatamen­to.

Até a chanceler alemã, Angela Merkel, cujo país defendeu por muito tempo o acordo comercial, expressou pela primeira vez em agosto “sérias dúvidas” quanto a sua aprovação.

Para que entre em vigor, todos os parlamento­s nacionais da UE têm de ratificá-lo.

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