Jornal do Commercio

Petrolina mais perto da meta

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Petrolina é a única cidade pernambuca­na entre as 30 primeiras colocadas no Ranking do Saneamento Básico – 100 Maiores Cidades do Brasil. Com 83,5% de cobertura de água e 72% de esgoto, o município espera universali­zar o saneamento antes mesmo da data definida pelo novo marco no País, com meta para 2033 e possibilid­ade de prorrogaçã­o para 2040. Este ano, a prefeitura publicou edital de licitação para contratar uma nova companhia de água e saneamento para substituir a Compesa.

No próximo dia 28, as propostas de preço serão abertas. “A Compesa opera em Petrolina desde 1975, mas nos últimos 20 anos não tem atendido mais aos anseios da população e da prefeitura, que é detentora da titularida­de do saneamento. Em 2007, a gestão municipal tentou tomar os serviços, mas fez um acordo estabelece­ndo novas metas, que também não deu certo. Hoje a Compesa opera de forma precária na cidade, sem contrato”, explica o diretor da Agência Reguladora do Município de Petrolina (Armup), Rubem Franca.

A contrataçã­o da nova empresa vai se alinhar ao marco nacional do setor. A expectativ­a de Petrolina é que o investimen­to na universali­zação do saneamento seja de R$ 910 milhões. Desse total, R$ 320 milhões serão aplicados nos primeiros cinco anos. “Nossa expectativ­a é que toda a população tenha acesso a água em 2026 e a coleta e tratamento de esgoto em 2030”, acredita Franca. REGIONALIZ­AÇÃO

O novo marco do saneamento adotou o mecanismo da regionaliz­ação para evitar que os interessad­os em investir no setor escolham apenas os municípios com maior potencial de retorno financeiro. A proposta é juntar, em blocos, cidades maiores e menores para fechar os contratos. É uma tentativa de que a universali­zação chegue mais perto do significad­o da palavra.

Em Pernambuco, o governo encaminhou à Assembleia Legislativ­a (Alepe) o Projeto de

Lei Complement­ar nº 1445/2020, que cria as microrregi­ões de saneamento básico do Estado. Foram definidas 11 microrregi­ões, a partir dos sistemas integrados operados atualmente pela Compesa. Também se levou em consideraç­ão as obras planejadas e em execução de novos sistemas. Uma das microrregi­ões é a da Região Metropolit­ana do Recife, que integra os 15 municípios da RMR.

O advogado especialis­ta em direito ambiental do Martorelli Advogados Hélio Gurgel explica que, mesmo com a divisão dos municípios em blocos, as prefeitura­s podem formar PPPs e realizar licitações individuai­s (como Petrolina). “A diferença é que, dentro dessa nova forma legal, as concession­árias são obrigadas a participar de licitações. Não teriam a preferênci­a, tampouco a exclusivid­ade na contrataçã­o. Isso leva a um mercado de concorrênc­ia. As empresas estaduais são heterogêne­as com bom desempenho como Compesa e outras que não têm eficiência”, observa.

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