Rio força a volta de torcida aos estádios
Prefeitura do Rio quer liberação parcial do Maracanã para jogo Flamengo x Athletico-PR
ORio de Janeiro está pressionando a volta de público aos estádios, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus. O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, fará um apelo para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) autorizar a presença de público na partida entre Flamengo e Athletico-PR, no dia 4 de outubro, no Maracanã. A ideia é que o estádio receba 20 mil torcedores, um terço de sua capacidade atual.
O futebol no país ficou parado por mais de três meses a partir de março por causa da pandemia da covid-19. Desde o retorno, começando pelo Rio, em junho, as partidas têm acontecido com os estádios vazios. “As Regras de Ouro deverão ser seguidas. Temos duas semanas para que a federação, os administradores do estádio e a Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro se ajustem. E pronto. Maiores de 60 anos, por favor, fiquem em casa. E menores de 12 também”, disse Crivella.
A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) já havia divulgado a possibilidade de o público poder voltar aos estádios, após reunião com “todos os órgãos competentes”. Segundo a entidade, uma nova reunião será realizada na próxima semana para discutir o assunto.
No entanto, os planos devem ser adiados uma vez que o governador interino do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), prorrogou as medidas de isolamento social no estado. Em edição extra
Desde que o futebol voltou, jogos têm sido sem torcida por conta da covid-19
do Diário Oficial divulgada pelo governo estadual ontem, Castro mantém, até o dia 6 de outubro, a suspensão da “realização de eventos com a presença de público, tais como evento desportivo, show, comício e passeata”.
Para Marcelo Crivella, a presença de torcedores no Maracanã vai diminuir o número de pessoas nas praias do Rio de Janeiro. O prefeito espera que o jogo seja realizado às 11h. A partida é válida pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro e está marcada para as 16h na tabela da CBF. “Faremos um apelo à CBF no sentido de que possa nos ajudar para que o Maracanã seja uma alternativa à praia, que é hoje talvez o maior problema do Rio de Janeiro, com grandes aglomerações de pessoas sem máscara. Se o jogo puder ser às 11h, vai ser ótimo para nós”, disse Crivella. “Estamos falando de 20 mil pessoas no Maracanã. Seriam 20 mil pessoas a menos nas praias do Rio de Janeiro”, acrescentou.
A prefeitura do Rio de Janeiro reforçou que seria obrigatório o uso da máscara de proteção e aferição de temperatura na entrada do estádio. Para evitar aglomerações, a venda dos ingressos será pela internet. No entanto, a decisão ainda depende também do aval da Confederação Brasileira de Futebol, CBF, que ainda não se pronunciou.
Já alguns clubes já se mostram contrários. O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, afirmou que o time não entrará mais em campo no Brasileirão se a torcida for liberada somente para os jogos disputados no Rio de Janeiro. “O Corinthians só aceita a volta do público aos estádios se todos os times da Série A tiverem a mesma oportunidade, independente do estado ou cidade. Se não forem as mesmas condições pra todos não entraremos em campo”, declarou Sanchez, em seu perfil no Twitter.