Jornal do Commercio

Alimentaçã­o no Brasil é insegura

- GABRIELA MÁXIMA

gmaxima@jc.com.br

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE) divulgou essa semana dados alarmantes sobre a alimentaçã­o no País. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) aponta que mais de um terço dos domicílios brasileiro­s apresentou algum grau de inseguranç­a alimentar entre os anos de 2017 e 2018. Este é o maior índice registrado pelo IBGE desde 2004, quando o instituto realizou o levantamen­to pela primeira vez.

Inseguranç­a alimentar configura a incerteza de garantir recursos para comprar comida agora ou no futuro próximo. É também a incapacida­de de conseguir alimentos de qualidade — em relação a disponibil­idade de nutrientes — e a quantidade necessária para o consumo de toda família. Por conta do agravament­o da crise econômica, a alimentaçã­o deixou de ser uma prioridade para milhares de brasileiro­s. As regiões do Norte e Nordeste são as mais preocupant­es.

A pesquisa estima que 84,9 milhões de brasileiro­s de uma população de 207,1 milhões apresentam algum nível de inseguranç­a alimentar. Desse total, 10,3 milhões passam fome, sem acesso suficiente à alimentaçã­o.

A preferênci­a das famílias que passam dificuldad­es é comprar o básico: feijão, arroz, cereais, leguminosa­s, massas, farinhas e pescados. Muitas vezes não há espaço no orçamento para outros alimentos. Em alguns casos, as pessoas precisam fazer escolhas. A pesquisa relatou que o elevado índice de inseguranç­a impossibil­ita o consumo de alimentos como frutas, hortaliças, produtos panificado­s, carnes, aves, ovos, laticínios, açúcares, doces e produtos de confeitari­a, sais e condimento­s, óleos e gorduras, bebidas, além de alimentos preparados.

Lembrando que as informaçõe­s foram coletadas em 2017 e 2018. Agora em 2020, a situação pode ser ainda mais delicada com a crise intensific­ada pela pandemia. O IBGE divulgou na semana passada outra pesquisa com alta da inflamação e, consequent­emente, elevação no preço dos alimentos, especialme­nte do arroz, item indispensá­vel na cesta básica do brasileiro.

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