Desafio do desembarque
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O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, comemora o investimento do governo Federal no pagamento do Auxílio Emergencial que chegou a R$ 200 bilhões na última sexta-feira. É um fato extraordinário. Quando deixou a chefia da Casa Civil, para ocupar a pasta, o ministro jamais imaginou que estivesse à frente de um programa para 67,2 milhões de pessoas com transferência direta de recursos.
O ministro beneficia-se de um orçamento emergencial aprovado para atenuar os efeitos sociais da pandemia da covid-19 no Brasil que não se repetirá em 2021. No próximo ano, Lorenzoni só poderá contar com R$ 34,2 bilhões reservados para o Programa Bolsa Família, do Orçamento Geral da União, em análise no Congresso. Até dezembro poderá gastar R$ 280 bilhões.
O problema é que o universo de pessoas que a Caixa Econômica credita parcelas de R$ 600 e, a partir desta sexta-feira, R$ 300, será reduzido às 14,2 milhões de famílias do PBF. No ano que vem, elas voltarão aos 187,00 que, no máximo, recebiam até março. É um desafio enorme criar um programa de desembarque que cai de 67,2 milhões de beneficiários para apenas 14,2 milhões. E, até agora, o governo de Lorenzoni não sabe o que fazer. Até porque não sabe de onde buscar R$ R$ 17 bilhões que faltarão no orçamento do PBF para cumprir a promessa do presidente Jair Bolsonaro de assegurar às famílias os R$ 300 a partir de janeiro.