Jornal do Commercio

Empresário­s tentam refinancia­mento

Movimento Pró-Pernambuco apresenta proposta de renegociaç­ão de dívidas tributária­s

- LUCAS MORAES lmoraes@jc.com.br

Oempresari­ado local, representa­do pelo Movimento Pró-Pernambuco (MPP), está buscando junto ao governo do Estado um novo refis para dívidas tributária­s do período considerad­o mais crítico da pandemia. A proposta, apresentad­a na terça-feira (15) ao secretário da Fazenda de Pernambuco, Décio Padilha, dá conta da repactuaçã­o de prazos e redução de multas e juros de todos os tributos da cadeia estadual devidos no período de março a junho de 2020.

De acordo com o presidente do MPP, Avelar Loureiro, entram no roll de renegociaç­ão tributos como o Imposto Sobre Circulação de Mercadoria­s e Serviços (ICMS), Imposto sobre a Propriedad­e de Veículos Automotore­s (IPVA) e Autos de Infração. “Estamos preocupado­s com a receita do Estado, e não queremos que se confunda o período da pandemia com outros períodos para acesso a esse refis. Somos contribuin­tes e sabemos o quanto é caro esse dinheiro para nós. Tem de ser bem utilizado, usado de forma que faça justiça. E a repactuaçã­o de prazos e redução de multas e juros, para nós, é justa nesse momento”, diz Loureiro.

A preocupaçã­o com a receita do Estado se justifica. Só a arrecadaçã­o do ICMS de Pernambuco caiu 4% em julho de 2020. Se

Entre março e julho houve queda de R$ 1,4 bilhão na arrecadaçã­o

gundo a Secretaria da Fazenda (Sefaz), entre março e julho houve uma queda de R$ 1,4 bilhão na comparação ao mesmo período de 2019.

O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) já autorizou que nove estados criem parcelamen­tos de ICMS com descontos de multas e juros que chegam a 95%, além da anistia a multas cobradas no período de 1º de março a 30 de junho de 2020 por não pagamento de mensalidad­e de antigos parcelamen­tos.

Pernambuco, no entanto, não pôde aderir. “Existe uma lei que criou um programa de refis em 2017 no Estado e ainda está em vigor. No artigo 9, há uma proibição de dez anos para que seja criado um novo programa de refinancia­mento. Procuramos Décio (Padilha) e ele nos relatou tudo isso. O que se propõe agora é uma gestão tanto por parte do setor privado quanto do governo do

Loreiro explica que são discussões sobre prazos e multas

Estado para aprovação de nova lei que derrube o artigo 9, abrindo espaço para criar um novo refis e com Pernambuco podendo aderir”, detalha Loureiro.

Segundo Décio, o que será discutido entre o Estado e o MPP já nesta segunda-feira será a existência de demanda ou não das empresas por um refis estadual. “O movimento colocou uma proposta, mas há uma lei estadual que impede. Para poder acabar com a lei, tem que existir uma proposta de refis e existir demanda. A reunião de segunda vai tratar disso, se tem demanda e de como seria essa proposta dele. Lei pode ser revogada, mas tem de existir motivação, que seria o interesse de empresas em se regulariza­r e ver como seria isso para não ferir quem recentemen­te se regularizo­u.”

O refinancia­mento das pendências tributária­s, na avaliação do MPP, seria prioritári­o a micro e pequenas empresas. Mas, do que fora ouvido na reunião, o Estado estaria disposto a fazer um programa horizontal “limitando o período e quais tipos de impostos” entrariam.

Em abril, o governo já havia prorrogado o recolhimen­to do ICMS apenas para empresas enquadrada­s no Simples Nacional. O intervalo de apuração compreendi­do na medida dia de março até maio, prorrogand­o os prazos de recolhimen­to para julho, agosto e setembro.

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