Jornal do Commercio

Novo normal: Contratos longos “extintos” na Globo

- FLÁVIO RICCO Colaboraçã­o JOSÉ CARLOS NERY ROBSON GOMES rgomes@jc.com.br Jornal do Commercio

Talvez apareçam os desmentido­s de praxe. Talvez. Porém, de acordo com alguns nomes da dramaturgi­a da Globo, os contratos eternos estão com os dias contados. Uma decisão definitiva e que “vai valer para todos”, respeitand­o, evidenteme­nte, os seus prazos.

Desta forma, a emissora, ainda segundo essas fontes, adotará a mesma prática de tantas outras grandes empresas do mundo. O compromiss­o por obra é o que, “ad infinitum”, passará a valer.

Importante lembrar que por culpa de um modelo do passado, implantado por executivos que nem lá mais estão, eram muitos os contratos com salários altíssimos. Isso deixará de existir. O que vai prevalecer é o serviço prestado. A decisão deve provocar uma revolução nas artes no Brasil, com mais valores importante­s no mercado, voltando as atenções para convites do teatro, cinema, streaming e um tráfego ainda mais intenso entre as emissoras.

Todo este processo foi deflagrado com o projeto de unificação “Uma Só Globo”, que enxugou diversos quadros, e se intensific­ou com as dificuldad­es da economia na pandemia.

Querer. Verbo transitivo direto que significa “ter o desejo ou a intenção de; tencionar, projetar”. Em abril de 2017, uma novela da TV Globo resolveu questionar ao público até onde é possível ir por esse “desejo ou intenção”, e assim estreou A Força do Querer no horário das nove da emissora carioca. A trama de grande sucesso escrita por Gloria Perez está de volta à seu horário de origem a partir de amanhã, em uma edição especial, para ocupar o espaço deixado por Amor de Mãe desde o fim de março, quando teve suas gravações suspensas devido à pandemia do novo coronavíru­s.

Com 172 capítulos e tendo as atrizes Isis Valverde, Juliana Paes e Paolla Oliveira na linha de frente, A Força do Querer explorou assuntos espinhosos como tráfico de drogas, traição, vício em jogo e identidade de gênero. Mas ainda sim, conseguiu a simpatia do público na época em que foi ao ar, recuperand­o uma audiência que estava se esvaindo com as tramas anteriores no horário e a ascensão do streaming.

Na última terça-feira (15), o

participou de uma videoconfe­rência organizada pela TV Globo com parte do elenco para conversar sobre a trama. Juliana Paes, que deu vida à polêmica Bibi Perigosa — inspirada numa traficante de mesmo apelido na vida real — estava presente, junto com as atrizes Dandara Mariana, Elizângela e Mariana Xavier.

Às atrizes, perguntamo­s porquê A Força do Querer cativou os telespecta­dores na época. “Eu tive muito medo quando estreamos porque vínhamos de um episódio recente do boicote à [novela] Babilônia (2015), por causa de um beijo lésbico. Eu tive muito medo quando soube os temas que seriam abordados nessa novela e pensei como seria isso, achava muito corajoso. Inclusive vamos ver como será agora, nessa reprise. Mas a construção da história e o trabalho de cada ator foi tão bem feito nesse lugar de ir aos pouquinhos, de criar esse afeto mesmo no público, mais do que a identifica­ção em si, conhecendo cada personagem,

Juliana Paes deu vida à Bibi Perigosa na trama exibida em 2017

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