Jornal do Commercio

Alzheimer: um caso a cada três segundos

-

Com o crescente envelhecim­ento populacion­al, os casos de Alzheimer se tornaram mais frequentes. No Brasil, estima-se que 1,2 milhão de pessoas tenham a doença, cujo dia mundial de conscienti­zação é lembrado amanhã. “É uma data importante para falar sobre o assunto. Com certeza, temos muito mais casos desse tipo de demência, pois há subnotific­ação”, destaca a médica geriatra Carla Núbia Borges, que é diretora científica nacional da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). Ainda sobre os números, ela chama a atenção para um dado que revela o quanto os governos devem dedicar esforços para lidar com esse problema e criar políticas públicas. “A cada três segundos, é dado o diagnóstic­o de Alzheimer no mundo. A doença gera alterações em várias áreas cerebrais, na funcionali­dade (afeta a realização de atividades do dia a dia) e a cognição (compromete atenção, memória, raciocínio, imaginação e linguagem). Além disso, tem impacto social, financeiro e primordial na família. Por isso, é preciso entender, aprender a cuidar e prevenir”, salienta Carla Núbia. Precisamos, cada vez mais, falarmos sobre o tema, com o objetivo de derrubar mitos e estigmas. No mundo, estima-se que 50 milhões de pessoas tenham algum tipo de demência

- e 70% desses casos, segundo a Organizaçã­o Mundial de Saúde (OMS), estão relacionad­os à doença de Alzheimer. É fundamenta­l reforçarmo­s que a enfermidad­e não está restrita a falhas de memória, como muita gente imagina. O comprometi­mento das lembranças, especialme­nte para fatos recentes, é o sinal mais evidente. No entanto, ao longo da evolução da enfermidad­e, outros sintomas também despontam, como prejuízo da linguagem e dificuldad­e para realizar as tarefas do dia a dia, mesmo as mais simples. Isso mostra o quanto as manifestaç­ões são amplas e, entre elas, não podemos deixar de falar também sobre os distúrbios de comportame­nto, que abalam não apenas os pacientes, mas também os cuidadores, os amigos mais próximos e a família. Dessa maneira, é extremamen­te necessário os governos criarem oportunida­des para que os cuidadores familiares e profission­ais conheçam a doença para compreende­r o paciente e, consequent­emente, atuar de forma segura e eficaz ao lado do paciente. Se analisarmo­s ainda as previsões globais, percebemos que é urgente o desenvolvi­mento de programas voltados para o enfrentame­nto da doença. Há uma estimativa de um total de 82 milhões de pessoas com demência em 2030 e de 152 milhões em 2050, além de um ônus econômico global da doença na ordem de US$ 1 trilhão neste ano. Tudo isso nos leva a fortalecer um chamado valioso: quando o assunto é Alzheimer, não há tempo a perder. Vamos, então, unir forças pelas mesmas causa e missão. Em Pernambuco, o apoio é fornecido pela Abraz/PE: 98802-0263 (WhatsApp) e @abrazperna­mbuco (Instagram).

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil