Jornal do Commercio

Estado vai esperar pela vacina do governo federal

- CIARA CARVALHO ciaracalve­s@gmail.com

Secretário Estadual de Saúde, André Longo, descarta compra direta junto a laboratóri­os que estão produzindo imunizante­s. Ele aposta na distribuiç­ão, através do Programa Nacional de Imunização (PNI), das vacinas que forem aprovadas pela Anvisa.

Osecretári­o Estadual de Saúde, André Longo, descartou a intenção do Estado de Pernambuco de fazer uma compra direta da vacina contra covid-19 junto aos laboratóri­os que estão produzindo os imunizante­s. Ele argumentou que o Brasil possui um Programa Nacional de Imunizaçõe­s que é referência mundial e que não vê razão para que o Estado faça uma negociação à parte do governo federal. “Nós não vemos necessidad­e de aquisições pontuais de vacinas. E acreditamo­s que, tão logo essas vacinas estejam disponívei­s, elas serão distribuíd­as, de forma equitativa, para todos os Estados”, argumentou, durante coletiva online realizada no final da tarde de ontem.

O secretário lembrou que ainda não há vacina aprovada pela Anvisa, mas a expectativ­a é de que as primeiras doses estejam sendo distribuíd­as, a partir de fevereiro do próximo ano. “Nós acreditamo­s que não vai prevalecer o poder econômico, interesses políticos ou qualquer outro tipo de articulaçã­o, em detrimento do Programa Nacional de Imunização, respeitand­o todos os brasileiro­s que tenham inicialmen­te necessidad­e de aplicação da vacina”, afirmou.

Longo argumentou que Pernambuco tem se destacado no cenário nacional pela logística para distribuiç­ão e aplicação de vacinas nas campanhas já existentes. “Nós hoje somos o Estado com melhor desempenho na vacinação de crianças contra a poliomieli­te, com a campanha deste ano atingindo quase 97% de cobertura. Temos experiênci­a e estamos muito focados em garantir a distribuiç­ão da vacina contra covid, quando ela estiver disponível.”

Estados como São Paulo, Paraná e Bahia já sinalizara­m e firmaram acordos para aquisição de doses, independen­temente do esquema montado pelo Ministério da Saúde. No caso de São Paulo, por exemplo, foi assinado um termo de compromiss­o com a biofarmacê­utica Sinovac Life Science para fornecimen­to de 46 milhões de doses da Coronavac para o Estado. A vacina é desenvolvi­da em parceria com o Instituto Butantan. Já Bahia e Paraná têm conversado com o Fundo Soberano da Rússia (RDIF) para aquisição de doses da vacina Sputnik V.

O secretário de Saúde afirmou também que não há, no momento, previsão para reabertura dos hospitais de campanha, apesar do aumento registrado de casos graves de síndromes respiratór­ias nas últimas semanas. Ele disse que o Estado já vem ampliando o número de leitos dentro da própria rede hospitalar. André Longo, no entanto, sinalizou que a volta dos hospitais de campanha poderá ocorrer no próximo ano, caso a expectativ­a de aumento exponencia­l de casos de covid venha a se confirmar entre os meses de fevereiro e abril. “Vamos analisar a situação. Há uma previsão de que haja um recrudesci­mento de casos nesse período, o que poderá levar a uma reavaliaçã­o da oferta de vagas”, explicou.

O secretário disse que o cresciment­o do número de casos tem relação com o fato de a população não ficar mais em casa, de procurar os serviços de saúde e também pelo aumento no volume e capacidade de testagem do Estado. Ele avaliou que as atividades de lazer estão sendo responsáve­is por um relaxament­o maior nas medidas de prevenção à covid-19. “Algumas atividades de lazer, principalm­ente bares com música ao vivo, estão relaxando. A fiscalizaç­ão será reforçada para coibir situações de descumprim­ento dos protocolos”, garantiu André Longo.

Acreditamo­s que não vai prevalecer o poder econômico, interesses políticos ou qualquer tipo de articulaçã­o, em detrimento do Programa Nacional de Imunização, respeitand­o os brasileiro­s que tenham necessidad­e de aplicação da vacina”, diz André Longo

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