Jornal do Commercio

Fernando Castilho

Repasse do governo federal foi determinan­te para que Estado não entrasse no caos fiscal em 2020.

- FERNANDO CASTILHO castilho@jc.com.br Twitter: jc_jcnegocios Telefone: (81) 3413.6536

Num evento promovido pela Frente Parlamenta­r Mista em Prol do Semiárido, o vice-presidente Hamilton Mourão repetiu uma frase que, desde os tempos de Celso Furtado, vem sendo dita em solenidade­s com a presença de autoridade­s de Brasília: Chegou a hora de o Semiárido deixar de viver de assistenci­alismo.

A frase embute um completo desconheci­mento da realidade nordestina, típica de quem não a vivencia, e de quem tende a achar que nos 1.262 municípios dos 10 estados não existe uma economia competitiv­a e que os 22 milhões de habitantes, responsáve­is por 6% do PIB nacional, só conseguem sobreviver porque a União paga o BPC, o Bolsa Família e aos aposentado­s do INSS.

Assim como em relação à Amazônia, Hamilton Mourão tem uma visão de que, no Semiárido, só existe macambira, xique-xique e alastrado. Não consegue perceber, a despeito das dificuldad­es de geração de renda em 40 anos, que o perfil do Nordeste no Semiárido mudou radicalmen­te, da irrigação à produção agrícola; da geração de energia à produção de alimentos; das confecções à transforma­ção num polo de distribuiç­ão competitiv­o. Não deixou de precisar dos programas sociais, mas não tem é como Mourão diz.

O problema é que os 170 deputados da “Frente Parlamenta­r Mista em Prol do Semiárido” não ajudam o vice-presidente mudar o conceito visto de fora da Região. Talvez porque boa parte ainda se beneficie disso, mesmo que sejam eleitos com ajuda das novas atividades econômicas que hoje financiam suas campanhas.

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