Jornal do Commercio

É patetice a grita por voto impresso auditável

- Igor Maciel

A grita por “voto impresso auditável”, nova onda do bolsonaris­mo previdente e certo de que toda eleição perdida só pode ser fruto de fraude, é uma patetice, mas tem método e busca abrir brecha naquilo que temos de melhor em relação a países como os EUA, onde é muito mais fácil reclamar do resultado. A urna eletrônica, para quem cria essas teorias absurdas, não é um problema por ser falha. Ela é um grande problema por não dar margem para que se questione o resultado. Ela não dá ao perdedor a chance de dizer que foi roubado. É tão boa, que é ruim para a narrativa de quem perde. Nos EUA o sistema é tão complicado que qualquer um pode gritar “pega ladrão”. Aqui, o próprio Bolsonaro diz que houve fraude na eleição que ele ganhou, mas nunca provou. O tal “voto impresso auditável” é uma patetice, porque isso já acontece hoje, não há novidade. Toda vez que a votação é encerrada, de cada urna, já é impresso um relatório com os votos, para serem checados se necessário. O que Bolsonaro e seus seguidores defendem é que cada eleitor possa imprimir seu voto e levar pra casa o comprovant­e nominal dizendo se “votou em fulano ou sicrano”. Defendem, porque sabem que isso não deverá ser aprovado, já que facilitari­a a compra de votos, com o uso do comprovant­e como “recibo”.

E, não sendo aprovado, poderão continuar reclamando que foram roubados, caso percam a disputa.

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