Cem milhões imunizados
O feriadão da padroeira do Brasil tem mais um motivo para uma grande comemoração já que o Plano Nacional de Imunização (PNI) superou a marca de 100 milhões de imunizados contra covid-19. O número mostra que a expertise brasileira de realizar e nossa cultura de abraçar grandes campanhas de vacinação foram fundamentais para a incrível redução de casos e mortes, inédita em outros países de grande população e território. Ontem, o Brasil superou a marca de 253 milhões de vacinas aplicadas em 269 dias de campanha. Média de 941 mil doses aplicadas por dia. Segundo o portal vacinabrasil.org, o Brasil aplicou ao menos uma dose em 72,5% da população e já consegui imunizar 47% dos brasileiros. Apesar do alto percentual de vacinados, a média de 1,4 milhão de doses diárias mantém o Brasil como terceiro país que mais vacina no mundo. Não é apenas controle da pandemia que justifica políticos que defendiam o lockdown falarem em liberar o Carnaval. É que 2022 é ano de eleição.
Da Redação, com agências
Oimbróglio para ocupar a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) tem ameaçado dividir duas importantes forças de sustentação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido): os evangélicos, que dão importante apoio eleitoral ao chefe do Planalto, e o centrão, que tem garantido apoio político ao governo no Congresso Nacional.
De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, o centrão trabalha por um nome alternativo ao “terrivelmente evangélico” André Mendonça, ex-advogado-Geral da União. Segundo o jornal paulista, o nome de Alexandre Cordeiro de Macedo, atual presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), estaria sendo trabalhado pelos ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI); da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL-DF); e de Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN).
O problema é que desde que foi eleito, Bolsonaro promete indicar um quadro “terrivelmente evangélico” para integrar o STF. A Suprema Corte decidiu nos últimos anos, por exemplo, que a homofobia é crime comparável ao racismo e que casais do mesmo sexo podem constituir matrimônio
PASTOR
Silas Malafaia cobrou publicamente o ministro Ciro Nogueira
civil.
Quando indicou Kassio Nunes Marques em outubro do ano passado, Bolsonaro criou uma série de rusgas com lideranças religiosas por causa dessa promessa. O segmento achou ter conseguido um nome conservador para defender sus pautas no Supremo com o apontamento de Mendonça. Mas colocá-lo na Corte tem sido mais difícil do que eles esperavam.
Isso porque o presidente da Comissão de Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), se recusa a colocar a indicação para votar no colegiado, primeira etapa para que ele possa ser aprovado pelo Legislativo. Alcolumbre, que sente que suas demandas não têm sido atendidas pelo Planalto, tem preferência por outros nomes, dentre os quais o do procurador-Geral da República, Augusto Aras.
O rebuliço atual surgiu após o pastor Silas Malafaia prometer um “arrasa quarteirão” contra dois ministros por trabalharem contra Mendonça. A bomba mostrou-se um traque de massa: em vídeo publicado no YouTube, o pastor não fez nenhuma revelação. Apenas disse que André Mendonça não foi indicado por líderes evangélicos, mas pelo presidente, e cobrou de Ciro Nogueira (PP) e Flávia Arruda (PL) empenho na defesa do AGU para a vaga no STF.
O pastor “acusa” Ciro Nogueira (PP), ministro da Casa Civil, de ter jantado com Renan Calheiros (MDB), que pretende indiciar Jair Bolsonaro com o relatório da CPI da Covid. Silas ainda cobrou de Ciro, um dos líderes do Centrão e suposto articulador da indicação de outro nome ao STF, uma coletiva de imprensa para defender André Mendonça.
“O ministro Ciro Nogueira e a ministra Flávia Arruda são obrigados a emitirem nota e trabalhar pela indicação do presidente. (...) A indicação de ministros do STF é política”, afirma o Silas Malafaia em outro trecho.
O presidente vinha se mantendo distante de apitar na questão, mas no último final de semana criticou Alcolumbre pela demora em pautar a indicação de Mendonça. Mesmo entre os aliados do ex-AGU, há dúvidas se ele teria os votos necessários para ser aprovado no Senado após vários meses de fritura.