Jornal do Commercio

Cem milhões imunizados

- CLÁUDIO HUMBERTO claudiohum­berto@odianet.com.br Twitter: @colunaCH

O feriadão da padroeira do Brasil tem mais um motivo para uma grande comemoraçã­o já que o Plano Nacional de Imunização (PNI) superou a marca de 100 milhões de imunizados contra covid-19. O número mostra que a expertise brasileira de realizar e nossa cultura de abraçar grandes campanhas de vacinação foram fundamenta­is para a incrível redução de casos e mortes, inédita em outros países de grande população e território. Ontem, o Brasil superou a marca de 253 milhões de vacinas aplicadas em 269 dias de campanha. Média de 941 mil doses aplicadas por dia. Segundo o portal vacinabras­il.org, o Brasil aplicou ao menos uma dose em 72,5% da população e já consegui imunizar 47% dos brasileiro­s. Apesar do alto percentual de vacinados, a média de 1,4 milhão de doses diárias mantém o Brasil como terceiro país que mais vacina no mundo. Não é apenas controle da pandemia que justifica políticos que defendiam o lockdown falarem em liberar o Carnaval. É que 2022 é ano de eleição.

Da Redação, com agências

Oimbróglio para ocupar a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) tem ameaçado dividir duas importante­s forças de sustentaçã­o do presidente Jair Bolsonaro (sem partido): os evangélico­s, que dão importante apoio eleitoral ao chefe do Planalto, e o centrão, que tem garantido apoio político ao governo no Congresso Nacional.

De acordo com informaçõe­s do jornal Folha de S. Paulo, o centrão trabalha por um nome alternativ­o ao “terrivelme­nte evangélico” André Mendonça, ex-advogado-Geral da União. Segundo o jornal paulista, o nome de Alexandre Cordeiro de Macedo, atual presidente do Conselho Administra­tivo de Defesa Econômica (Cade), estaria sendo trabalhado pelos ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI); da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL-DF); e de Comunicaçõ­es, Fábio Faria (PSD-RN).

O problema é que desde que foi eleito, Bolsonaro promete indicar um quadro “terrivelme­nte evangélico” para integrar o STF. A Suprema Corte decidiu nos últimos anos, por exemplo, que a homofobia é crime comparável ao racismo e que casais do mesmo sexo podem constituir matrimônio

PASTOR

Silas Malafaia cobrou publicamen­te o ministro Ciro Nogueira

civil.

Quando indicou Kassio Nunes Marques em outubro do ano passado, Bolsonaro criou uma série de rusgas com lideranças religiosas por causa dessa promessa. O segmento achou ter conseguido um nome conservado­r para defender sus pautas no Supremo com o apontament­o de Mendonça. Mas colocá-lo na Corte tem sido mais difícil do que eles esperavam.

Isso porque o presidente da Comissão de Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), se recusa a colocar a indicação para votar no colegiado, primeira etapa para que ele possa ser aprovado pelo Legislativ­o. Alcolumbre, que sente que suas demandas não têm sido atendidas pelo Planalto, tem preferênci­a por outros nomes, dentre os quais o do procurador-Geral da República, Augusto Aras.

O rebuliço atual surgiu após o pastor Silas Malafaia prometer um “arrasa quarteirão” contra dois ministros por trabalhare­m contra Mendonça. A bomba mostrou-se um traque de massa: em vídeo publicado no YouTube, o pastor não fez nenhuma revelação. Apenas disse que André Mendonça não foi indicado por líderes evangélico­s, mas pelo presidente, e cobrou de Ciro Nogueira (PP) e Flávia Arruda (PL) empenho na defesa do AGU para a vaga no STF.

O pastor “acusa” Ciro Nogueira (PP), ministro da Casa Civil, de ter jantado com Renan Calheiros (MDB), que pretende indiciar Jair Bolsonaro com o relatório da CPI da Covid. Silas ainda cobrou de Ciro, um dos líderes do Centrão e suposto articulado­r da indicação de outro nome ao STF, uma coletiva de imprensa para defender André Mendonça.

“O ministro Ciro Nogueira e a ministra Flávia Arruda são obrigados a emitirem nota e trabalhar pela indicação do presidente. (...) A indicação de ministros do STF é política”, afirma o Silas Malafaia em outro trecho.

O presidente vinha se mantendo distante de apitar na questão, mas no último final de semana criticou Alcolumbre pela demora em pautar a indicação de Mendonça. Mesmo entre os aliados do ex-AGU, há dúvidas se ele teria os votos necessário­s para ser aprovado no Senado após vários meses de fritura.

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