Prisão de Zé Trovão é mantida pelo STF
Amaioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou o pedido do caminhoneiro Marco Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, para reverter a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. Antes mesmo de ter uma ordem de prisão decretada por Moraes, ele deixou o país e foi para o México, de onde continuou a fazer vídeos incentivando atos antidemocráticos no 7 de Setembro.
O julgamento ocorre no plenário virtual do STF e já conta com os votos de oito ministros, que seguiram o relator, ministro Edson Fachin, que tinha negado o pedido.
Fachin, que já havia negado o habeas corpus de Zé Trovão em uma decisão monocrática, voltou a afirmar que “não é cabível habeas corpus” contra decisão monocrática proferida por um outro ministro da Corte.
Zé Trovão teve a ordem de prisão decretada por Moraes, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), no inquérito que apura o financiamento e convocação de atos antidemocráticos. No dia 3 deste mês, o ministro decretou a prisão preventiva de Marcos Antônio.
O caminhoneiro era dono do canal no Youtube “Zé Trovão a voz das estradas”, que, antes de ser retirado do ar, tinha mais de 40 mil inscritos. Em seus vídeos e postagens, chamava a população para ir a Brasília e exigia a “exoneração dos 11 ministros do STF”.
Em outras publicações, fez ataques à CPI da Covid, no Senado, além de ter participado de “motociatas” em favor do presidente Jair Bolsonaro. O líder caminhoneiro já havia sido alvo de busca e apreensão no mês de agosto, no mesmo inquérito.
Mesmo foragido, Zé Trovão continuou gravando vídeos e incitando os atos do dia 7 de setembro. Ele também pediu aos caminhoneiros que fechassem as rodovias, o que acabou ocorrendo nos dias seguintes ao feriado.
SETEMBRO
O temor de novas greves nacionais, como as de 2018, levaram muitas pessoas a correrem para os postos de combustível. Em Pernambuco, assim como em outros estados do país, algumas estradas chegaram a ser interrompidas.
O principal ponto focal, porém, foi em Brasília, onde um grupo de caminhoneiros permaneceu parado na Praça dos Três Poderes mesmo após os atos do 7 de setembro. A tensão e o medo de que eles pudessem avançar contra prédios públicos, principalmente o STF e o Congresso, levou as duas instituições a cancelar sessões.
Enquanto isso, pressionado pelo mercado, o governo federal passou a trabalhar para que os caminhoneiros deixassem as estradas, num movimento que, inclusive, causou irritação entre a ala mais ideológica do bolsonarismo.
Na época, o próprio Zé Trovão chegou a gravar vídeos criticando o presidente, após ter dito que ele abandonou os apoiadores na sequência do 7 de setembro. Depois, voltou atrás, afirmando que ele colocou a gestão acima da própria popularidade ao pedir que os caminhoneiros recuassem.
Enquanto gravava os vídeos passando orientações para o movimento no Brasil, Zé Trovão foi localizado pela Polícia Federal no México e teve que fugir antes que fosse preso pela Interpol, organização internacional para cooperação policial.
Julgamento já conta com os votos de oito ministros, que negaram o pedido