Jornal do Commercio

Presidente afirma não ter culpa

- Da Redação, com Agência O Globo

Horas após a apresentaç­ão do relatório final da CPI da Covid, o presidente

Jair Bolsonaro criticou a comissão, afirmou que não tem “culpa de absolutame­nte nada” e que seu governo fez “a coisa certa desde o primeiro momento”. Em um evento na cidade de Russas, no Ceraá, o chefe do Executivo afirmou que a CPI não fez nada “produtivo” e apenas gerou “ódio e rancor”.

“Como seria bom se aquela CPI tivesse fazendo algo de produtivo para o nosso Brasil. Tomaram tempo de nosso ministro da Saúde, de servidores, de pessoas humildes e de empresário­s. Nada produziram, a não ser o ódio e o rancor entre alguns de nós. Mas nós sabemos que não temos culpa de absolutame­nte nada. Sabemos que fizemos a coisa certa desde o primeiro momento”, discursou o presidente.

Durante a cerimônia, parte da plateia entoou o grito “Renan vagabundo”, em referência ao relator da CPI. Bolsonaro riu e respondeu: “A voz do povo é a voz de Deus”. No discurso, o presidente também reforçou a defesa de remédios ineficazes contra a covid-19; justamente o que rendeu a

GARGALHADA Flavio Bolsonaro comparou texto a piada de mau gosto

ele uma das acusações, a de charlatani­smo.

O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) afirmou que as acusações feitas ao pai são “piada de muito mau gosto” e imitou a risada do chefe do Executivo para mostrar como ele reage aos crimes imputados pelo relatório da comissão.

“Ele receberia da seguinte forma. Conhece aquela gargalhada dele? Ha ha ha. Não tem o que fazer de diferente disso. É uma piada de muito mau gosto”, disse o parlamenta­r. “É um relatório inconstitu­cional. Não há nada que se aproveite. E ele (Renan Calheiros) prestou um grande desserviço à população”, acrescento­u.

A reação do senador foi rechaçada pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSDAM). “Eu não quero crer que o presidente, quando leu o relatório, foi avisado do relatório, deu gargalhada. O presidente deu gargalhada na falta de ar, o presidente deu gargalhada quando mandou a mãe comprar vacina. A gente tem um respeito pelo cargo de Vossa Excelência. Vossa Excelência é a maior autoridade desse país, Vossa Excelência tenha a certeza de que nenhum cidadão, seja a autoridade que for, acha que pode engavetar esse relatório”, disse.

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse ontem que processará todos os senadores que votarem a favor do trecho do relatório que trata do seu caso. O documento pede que a Receita Federal investigue as empresas de Barros; alvo por supostamen­te atuar pela compra da vacina indiana Covaxin. O relatório conclui que “irregulari­dades” indicam “uma prática própria de quem oculta a origem dos recursos (por exemplo, por corrupção)”.

O líder do governo afirmou ainda que já avisou aos parlamenta­res sobre sua decisão de levar o caso à Justiça por abuso de autoridade e denunciaçã­o caluniosa. Também argumentou que não há “uma vírgula” que evidencie qualquer crime. Além do caso Coxavin, ele foi investigad­o por ter levado um empresário da Belcher Farmacêuti­ca, interessad­a em vender imunizante­s, para encontrar o ministro Marcelo Queiroga. Segundo a CPI, empresas de Barros teriam faturado milhões sem emitir nenhuma nota fiscal.

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