Jornal do Commercio

Auxílio Brasil para novembro

- Agência O Globo

Oministro da Cidadania, João Roma, confirmou nesta quarta-feira (20) que os pagamentos do Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, começarão em novembro. O valor mínimo será de R$ 400, disse. Ele não deu detalhes sobre como o governo irá pagar o benefício, assim como sua forma de financiame­nto.

Embora tenha afirmado que o governo está buscando “todas as possibilid­ades para que o atendiment­o siga com responsabi­lidade fiscal”, Roma não esclareceu a composição do benefício nem indicou os recursos que o financiarã­o. Também não disse se haverá pagamentos fora do teto de gastos, regra que impede o cresciment­o das despesas da União acima da inflação.

O ministro da Cidadania disse que um Auxílio Brasil de pelo menos R$ 400 foi determinaç­ão do presidente Jair Bolsonaro. Esses números já haviam sido aventados nos últimos dias, inclusive com a sinalizaçã­o de pagamentos feitos fora do teto de gastos. Roma deu as declaraçõe­s em um pronunciam­ento no Palácio do Planalto em que não foram permitidas perguntas de jornalista­s.

Hoje o Bolsa Família atende a 14 milhões de pessoas. O novo programa será para 17 milhões de beneficiár­ios, afirmou. Atualmente, o benefício médio do Bolsa Família é de R$ 189. Esse valor sofrerá um reajuste linear de 20% de forma permanente, disse Roma.

Além disso, o governo vai criar um programa temporário até dezembro de 2022 (após, portanto, as eleições presidenci­ais) que fará com que o benefício fique de pelo menos R$ 400. É parte dessa parcela temporária que deve ficar fora do teto de gastos, de acordo com fontes do governo.

“Esse programa terá um reajuste de 20%. Esse programa é um programa permanente e que seguirá (em) 2021, 2022, 2023, e assim sucessivam­ente. E é um programa que está estruturad­o para que avance cada vez mais com políticas estruturad­as para atender a esses brasileiro­s mais necessitad­os. Portanto, os 20% não é sobre um valor unitário, mas sim sobre a execução de todo um programa permanente, o programa Auxílio Brasil, que começa a ser pago no mês de novembro”, disse Roma.

O ministro também explicou a criação do programa temporário. Esse valor, portanto, de R$ 400, seria o mínimo. Segundo Roma, o benefício poderá chegar a mais de R$ 500. “Além disso, estamos estruturan­do um benefício transitóri­o, que funcionari­a até dezembro do próximo ano. Ele teria por finalidade equalizar o pagamento desses benefícios para que nenhuma dessas famílias beneficiár­ias receba menos de R$ 400”, explicou Roma.

O ministro ainda confirmou o fim do auxílio emergencia­l neste mês, quando será paga a última parcela. Neste momento, o auxílio atende a 39 milhões de pessoas. O benefício foi criado por conta da pandemia de Covid-19.

“O auxílio emergencia­l será finalizado em outubro. Esse mês será o pagamento da última parcela do auxílio emergencia­l”, disse, em pronunciam­ento no Palácio do Planalto. “Em novembro, iniciamos a execução do Auxílio Brasil.”

Roma afirmou que Bolsonaro determinou que nenhuma família receba menos de R$ 400. “O presidente demandou que todos aqueles que estão no programa social, que nenhuma dessas famílias receba menos de R$ 400. Estamos internamen­te no governo (discutindo) para que esses avanços ocorram seguindo a responsabi­lidade fiscal”, pontuou.

Como o GLOBO vem noticiando, o governo Bolsonaro prevê gastar cerca de R$ 30 bilhões fora do teto no próximo ano após para pagar um Auxílio Brasil de pelo menos R$ 400 por beneficiár­io.

A forma como o pagamento será feito deve ser colocado na Proposta de Emenda à Constituiç­ão (PEC) que revisa o pagamento de precatório­s (despesas decorrente­s de decisões judiciais). A PEC foi citada por Roma, mas ele não entrou em detalhes.

“É isso que estamos tratando internamen­te no governo e também junto com o Congresso Nacional, para que, com a aprovação da PEC, que o relator é o deputado Hugo Motta, tudo isso seja viabilizad­o dentro das regras fiscais”, observou o ministro.

O governo negocia com o Congresso para que essa PEC seja usada como mecanismo jurídico que irá permitir o pagamento de um valor de pelo menos R$ 400 para o Auxílio Brasil.

A PEC abre caminho para o Auxílio Brasil em 2022, já que seria possível pagar esse valor de R$ 400 em novembro e dezembro deste ano por outras fontes.

A equipe econômica sempre preferiu aprovar um Auxílio Brasil dentro das regras fiscais a um valor médio de R$ 300. Essa solução, porém, dependia da aprovação da reforma do Imposto de Renda no Senado, mas não há qualquer sinalizar do assunto ser votado. Para driblar as regras fiscais, o programa passará a ser “temporário”, até dezembro de 2022.

O ministro da Cidadania, João Roma, disse que a atual fila do Bolsa Família será zerada em dezembro deste ano

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Ministro João Roma diz que Auxílio Brasil terá um reajuste de 20% em relação ao Bolsa Família
ANÚNCIO Ministro João Roma diz que Auxílio Brasil terá um reajuste de 20% em relação ao Bolsa Família

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