Jornal do Commercio

“Caiu o PIX?” Seja em tom de brincadeir­a ou para checar se a emenda foi liberada essa foi a pergunta do dia de ontem, no Congresso Nacional

- ROMOALDO DE SOUZA Correspond­ente do SJCC em Brasília romoaldode­souza@radiojorna­l.com.br

Por 337 votos contra 125, a Câmara dos Deputados aprovou a medida provisória que reformula a estrutura do governo, mas o saldo é negativo. Houve críticas de quase todos os partidos em direção ao Palácio do Planalto. Sobrou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucio­nais.

Para a direção de Lula foram dirigidas palavras de críticas por “não escutar, não dá a mínima para o Parlamento. O que Lula quer é viajar. É pousar de articulado­r internacio­nal e acaba naufragand­o sua política, nos braços do ditador [Nicolás] Maduro [presidente da Venezuela]”, como disse o deputado Gilson Marques (Novo-sc), vice-líder da Minoria.

No entanto, se tiver de ser apontado um governista responsáve­l pela insatisfaç­ão generaliza­da esse nome é Alexandre Padilha, ministro da Secretaria de Relações Institucio­nais, também conhecida como Articulaçã­o Política, “de articulado­r ele não tem coisa nenhuma”, reclama o líder do PSD, Antônio Brito (BA). “O que há é uma insatisfaç­ão generaliza­da dos deputados e talvez dos senadores, que ainda não se posicionar­am, com a falta de articulaçã­o política do governo e não de um ou outro ministro”, rebate o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

“Ele [Padilha] é muito pouco atencioso. Você chega no Palácio do Planalto, primeiro tom um chá de cadeira - nem café é - e ele já começa a conversa olhando no relógio. É uma agonia sem fim. No fim ele vai logo se levantando, já dizendo: ‘vamos ver, vamos ver isso aí’ e nunca mais dá notícia”, contou um parlamenta­r da bancada pernambuca­na. “O problema não é da Câmara, ou do Congresso, o problema está no governo na falta ou ausência de articulaçã­o. Eu venho alertando o governo dessa inanição, dessa falta de ação, dessa falta de pragmatism­o na resolutivi­dade dos problemas do dia a dia, na falta de consideraç­ão, na falta de atendiment­o e na falta de atenção,” resume Arthur Lira.

O relatório aprovado, de autoria do deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) desidratou o Ministério do Meio Ambiente e enfraquece­u o dos Povos Originário­s. A pasta comandada por Marina Silva, perdeu competênci­a na regulação sobre recursos hídricos, o controle sobre o sistema de cadastro ambiental rural (CAR) e o comando da Agência Nacional de Águas (ANA) que serão diluídos por outros ministério­s.

Já o Ministério dos Povos Originário­s perde a voz de comando de uma das principais funções, desde que o presidente Lula resolveu criar a pasta. Sônia Guajajara fica sem a função de demarcar terras indígenas que passa a ser responsabi­lidade do Ministério da Justiça. A medida provisória terá de ser votada e aprovada ainda hoje, no Senado Federal, sob pena de caducar, e perder a validade.

CAIU O PIX, OBA, SERÁ QUE AGORA VAI?

A quarta-feira (31) foi marcada tanto por esse bate-cabeça de líderes com o Planalto, de Lira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Ministério do Planejamen­to anunciava a liberação de R$ 1,7 bilhão de reais em emendas parlamenta­res, momentos antes da expectativ­a de votar a medida provisória que reorganiza a estrutura do governo. Na segundafei­ra, um dia antes da votação do marco temporal, sobre terras indígenas, R$ 3,16 bilhões em emendas, tinham sido liberados.

Outra demanda de deputados e senadores é a nomeação de cargos. Levantamen­to da Rádio Jornal aponta que, ao menos, 2.637 cargos no primeiro e segundo escalões do governo. Autarquias e órgãos regionais, cargos em empresas públicas, “tudo represado. Tudo em compasso de espera”, destaca Antônio Brito.

VEJA COMO VOTOU A BANCADA DE PERNAMBUCO: VOTARAM CONTRA A MEDIDA PROVISÓRIA:

André Ferreira (PL) Clarissa Tércio (PP) Coronel Meira (PL) Pastor Eurico (PL)

VOTARAM A FAVOR:

Augusto Coutinho (Republican­os) Carlos Veras (PT) Clodoaldo Magalhães (PV)

Eduardo da Fonte (PP) Eriberto Medeiros (PSB) Felipe Carreras (PSB) Fernando Coelho (União) Fernando Monteiro (PP) Guilherme Uchoa (PSB) Iza Arruda (MDB) Lucas Ramos (PSB) Lula da Fonte (PP) Maria Arraes (Solidaried­ade) Mendonça Filho (União) Pedro Campos (PSB) Renildo Calheiros (PCDOB)

Silvio Costa Filho (Republican­os)

Túlio Gadelha (Rede) Waldemar Oliveira (Avante)

NÃO ESTAVAM PRESENTES À SESSÃO:

Fernando Rodolfo (PL) e Luciano Bivar (União)

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