Jornal do Commercio

Mexida no ICMS faz a gasolina subir em quase todo o País

A partir desta quinta-feira, 1º, o imposto passará a ter alíquota única de R$ 1,22 por litro em todos os Estados

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Amudança no modelo de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadoria­s e Serviços (ICMS) deve aumentar os preços da gasolina no País. Não é o caso de Pernambuco.

A partir desta quinta-feira, 1º, o imposto passará a ter alíquota única de R$ 1,22 por litro em todos os Estados. Até então, as alíquotas eram definidas por Estado e proporcion­ais ao valor do produto, o que variava de 17% a 23% por litro.

Segundo dados da Federação Nacional do Comércio de Combustíve­is e Fertilizan­tes (Fecombustí­veis) com valores referentes a 16 de maio, apenas três Estados tiveram alíquotas que representa­ram valores maiores do que R$ 1,22 por litro: Alagoas, Amazonas e Piauí.

De acordo com a Associação Brasileira dos Importador­es de Combustíve­is (Abicom), são apenas essas unidades federativa­s que não devem ter aumento da gasolina. Nas outras, porém, o valor tende a aumentar.

Em alguns poucos Estados, o valor pode permanecer muito próximo ao praticado hoje, pois a alíquota atual equivale a um valor próximo dos R$ 1,22 que serão aplicados - é o caso de

Acre (R$ 1,18) e Rio Grande do Norte (R$ 1,20).

Em nota ao Estadão, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que definiu o valor da nova alíquota em março deste ano, confirmou a tendência: “Nos Estados que têm carga tributária atual maior do que a carga que resultará com a aplicação da alíquota única, a tendência será de redução dos preços desse combustíve­l. Entretanto, nos Estados que possuem a situação inversa (...), a tendência será de elevação de preços”

ALTA

Em São Paulo, por exemplo, a alíquota do ICMS é, atualmente, de 18%. Na semana do dia 22 de maio, o preço médio da gasolina no Estado era de R$ 5,13; e a alíquota, de R$ 0,92.

Consideran­do esse preço médio do combustíve­l, caso o aumento seja integralme­nte repassado, o preço médio da gasolina no Estado ficaria em torno de R$ 5,43 com a alíquota única, calcula Carlos Eduardo Navarro, professor de direito tributário da FGV Direito de São Paulo.

Navarro destaca que o peso da alíquota deve variar de acordo com o preço aplicado por cada posto de gasolina. Ele explica que, para o estabeleci­mento definir o preço, são levados em consideraç­ão o valor cobrado na refinaria e outros custos, como aluguel, salários e transporte, entre outros. Por isso, o novo modelo deve causar maiores distorções.

“Com uma alíquota única, para um posto que cobra mais, a tributação pode ser mais baixa. Para quem cobra mais barato, vai ser mais pesada. De maneira geral, há uma pressão por aumento”, afirma Navarro.

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