Polícia Federal apura esquema irregular em inspeções fiscais no Porto de Suape
Despachante aduaneiro e um servidor da Receita Federal são investigados. Receita Federal estima um prejuízo de mais de R$ 16 milhões
APolícia Federal deflagrou operação, nesta quarta-feira (31), para cumprir mandados de busca e apreensão relacionados a uma investigação de esquema irregular nas inspeções fiscais de produtos importados e exportados no Porto de Suape.
O inquérito, instaurado em abril de 2020 após uma denúncia, está sendo conduzido pela Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários. A investigação aponta para a suposta relação entre um despachante aduaneiro e um servidor da Receita Federal com o objeto de diminuir as inspeções fiscais em produtos importados e exportados de clientes do despachante.
A Receita Federal estima que o prejuízo aos cofres públicos de mais de R$ 16 milhões.
Quatro mandados expedidos pelo Juízo da 4ª Vara da Justiça Federal de Pernambuco foram cumpridos simultaneamente em endereços residenciais e comercial localizados no Recife e Cabo de Santo Agostinho. A Polícia Federal contou com apoio da Receita Federal.
Foram apreendidos relógios de marcas famosas, joias e uma grande quantidade de dinheiro.
“Nosso propósito é robustecer as provas que já existem nos autos para que a gente possa fechar a investigação com a materialidade mais do que comprovada”, afirmou o delegado federal Márcio Tenório.
A investigação busca identificar outros envolvidos e confirmar como os investigados agiam.
“É possível que, com o cumprimento desses mandados, a gente chegue a outros envolvidos no esquema”, disse o delegado federal.
A operação foi denominada Recôndito, nome que faz referência às tratativas obscuras dos investigados. “Recôndito” quer dizer “escondido, encoberto, oculto, retirado”.
CRIMES INVESTIGADOS
Os investigados respondem pelos crimes de descaminho, facilitação descaminho, corrupção ativa e passiva e associação criminosa. As penas, em caso de condenação, podem alcançar 23 anos de prisão.