Escola de Sargentos terá impacto econômico significativo no Estado
A nova Escola de Sargentos trará um efetivo de cerca de 6,4 mil pessoas para Pernambuco
Os militares lotados no Comando Militar do Nordeste (CMNE), responsáveis pelo mega empreendimento da nova Escola de Sargentos do Exército, apresentaram detalhes que dão uma ideia dos impactos econômicos e sociais envolvidos no projeto estruturador. Diante dos desafios e oportunidades, a atração e implantação da obra terá, na porção oeste da Região Metropolitana do Recife, hoje esquecida, o mesmo efeito multiplicador que teve o Porto de Suape no litoral sul e a fábrica da Fiat, em Goiana, no Norte.
Um dos primeiros setores a serem impactados deve ser o setor de construção civil. No total, a previsão é de 28 mil empregos diretos e indiretos.
MIGRAÇÃO PARA O ESTADO
“Pernambuco não tem mão de obra (especializada) para construir a escola. Precisamos de muita capacitação, com engenheiros de tablet na mão, acompanhando cada detalhe. Não podemos ter retrabalho ou desperdício, para termos um custo menor” explicou o coronel Helder.
“Pernambuco por si só não vai comportar os impactos. A obra assim será importante para o Nordeste”, corrobora o general de brigada Nilton Moreno, um dos responsáveis pela implantação do novo empreendimento.
A intenção do Exército Brasileiro é ter uma escola de classe mundial e outros países chegaram a ser visitados para elaboração do projeto da nova escola. Na apresentação realizada no Comando Militar, nesta quinta-feira, os militares chegaram a mostrar como exemplo a ser seguido, prédio que venceram prêmios de arquitetura na Austrália, pela sustentabilidade, com 100% de energia renovável e reaproveitamento de água.
SUSTENTABILIDADE DO PROJETO
Sem alarde, os militares envolvidos no projeto já realizaram no Recife um simpósio de sustentabilidade, agora em novembro, para destacar os pontos de interesse e as boas práticas que serão exigidas nas obras. O I Encontro da Rede Nordeste de Encontros Estratégicos e Inovação, no qual a Escola teve um painel e duas reuniões setoriais, foi realizado em Tamandaré.
No total, já se foram 94 palestras desde 2021. A Fecomércio trabalhou em conjunto com os militares nacionais e ajudou a construir o masterplan da iniciativa, para orgulho dos pernambucanos.
O tamanho das obras é colossal, de modo a criar condições de vida e estudo para 25 mil militares que virão para Pernambuco, de todas as regiões do Brasil, passar ao menos dois anos em formação.
O CIMNC (Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti) de Abreu e Lima, quando foi inaugurado em 1944, também prévia reunir uma Divisão de Exército com 25 mil militares. A nova Escola trará um efetivo de cerca de 6,4 mil pessoas para o Estado.
Haverá um edifício garagem e um auditório para 3 mil lugares. No projeto, consta ainda um hotel de trânsito e comércio de serviços, chamado de pavilhão de terceiros, para apoio às 218 famílias de militares alocadas na espécie de universidade militar.
PLANEJAMENTO DAS OBRAS
Com mais de 500 viaturas em circulação, um plano de estradas especial deverá ser implantado, exigindo planejamento e obras. O melhor de tudo é que a nova Escola de Sargentos não vai depender do projeto do Arco Metropolitano, encalacrado desde a gestão Eduardo Campos, em 2006. Nem consta das contrapartidas do governo do Estado,
parceiro estratégico dos militares na obra. “A área do projeto pertence a cidade de Abreu e Lima. Estamos fora da confusão da BR 101”, observa o general de brigada Nilton Moreno. O fluxo maior de transporte será feito pela PE 027.
“Haverá uma verdadeira transformação da região. Hoje, temos usinas de açúcar e não temos nada contra elas. Mas, se olharmos os indicadores sociais, de IDH, as posições são as piores do Brasil (Carpina é a melhor colocada, com a posição 3.500. Paudalho está em 5.031 lugar. Araçoiaba é a posição 5.457 hoje). Podemos criar uma nova vocação”, corrobora o coronel Helder, que faz parte da mesma equipe de implantação do empreendimento.