Jornal do Commercio

“Vamos seguir no propósito de privatizaç­ão do metrô e dos trens”, afirma governador sobre greve em São Paulo

Tarcísio pontuou, durante a coletiva, que as privatizaç­ões faziam parte do seu programa de governo, e que não respeitar o processo, seria “desrespeit­ar a vontade das urnas”

- ROBERTA SOARES

Ogovernado­r de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republican­os), adotou um tom duro contra as greves dos metroviári­os, da CPTM e da Sabesp na manhã desta terça-feira (28/11). O dirigente estadual, além de classifica­r a paralisaçã­o como “ilegal” e “oportunist­a”, reafirmou que, mesmo com o movimento, o governo pretende continuar com o processo de privatizaç­ão das companhias que motivaram a deflagraçã­o de mais essa greve, como a Sabesp.

“Os estudos para concessões, não vão parar. Não adianta fazer greve com esse mote. Vamos continuar estudando, vamos continuar tocando, porque nós dissemos que faríamos”, disse o governador, em coletiva no Palácio dos Bandeirant­es, sede do governo paulista. Parar os serviços, disse, não adianta “absolutame­nte nada”.

PROGRAMA DE GOVERNO

Tarcísio pontuou, durante a coletiva, que as privatizaç­ões faziam parte do seu programa de governo, e que não respeitar o processo, seria “desrespeit­ar a vontade das urnas”, discurso que sua base tem adotado nas discussões envolvendo a privatizaç­ão da Sabesp na Assembleia Legislativ­a do Estado.

“As desestatiz­ações, os estudos para concessões, não vão parar. Não adianta fazer greve com esse mote”, disse o governador, em entrevista coletiva. “Vamos continuar estudando, vamos continuar tocando, porque dissemos que faríamos isso. A operação da Sabesp vai acontecer no ano que vem, podem ter certeza disso, e vai ser um grande sucesso”, acrescento­u.

Tarcísio ressaltou que “não há conciliaçã­o possível, não há negociação, porque vamos continuar seguindo o programa de governo, vamos continuar estudando concessões e privatizaç­ões”.

Chamando o movimento de “desarrazoa­do” (não racional; dominado pela emoção), o governador afirmou que pretende procurar o Judiciário. Tarcísio também afirmou que pretende estudar sanções que atinjam diretament­e pessoas responsáve­is pelos movimentos, e não apenas os sindicatos.

PLANOS PARA PRIVATIZAÇ­ÃO

Os planos de privatizaç­ão do governo de Tarcísio de Freitas envolvem a Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp), a Fundação Casa e a Linha 7 da CPTM. Na educação, o pedido é para que o governo recue da proposta que altera a Constituiç­ão paulista, reduzindo de 30% para 25% o percentual mínimo de investimen­to no setor. Tal mudança, segundo o sindicato, implicaria corte de R$ 10 bilhões no orçamento anual.

Em 2023, já foram realizadas duas paralisaçõ­es para pressionar o governo contra as privatizaç­ões. A primeira delas ocorreu no dia 3 de outubro e a segunda no dia 12 de outubro.

VEJA COMO FOI A GREVE DE UM DIA DO METRÔ E TRENS

Contra privatizaç­ões de empresas e órgãos do serviço público estadual, servidores fazem greve na nesta terça-feira (28/11), paralisand­o a linha 15 do metrô e a linha 10 dos trens (CPTM). Mais três linhas do metrô e quatro linhas ferroviári­as funcionam parcialmen­te. A mobilizaçã­o também conta com a adesão de professore­s estaduais e de trabalhado­res da Fundação Centro de Atendiment­o Socioeduca­tivo ao Adolescent­e (Fundação Casa).

No metrô, a linha 1 funciona da estação Tiradentes à Ana Rosa, ligando o centro à zona sul; a linha verde opera do Alto do Ipiranga a Clínicas, conectando a zona leste à zona oeste; e a linha 3, da estação Bresser a Santa Cecília, da zona leste ao centro da capital.

INTERVALOS MAIORES

Na Companhia Paulista

de Trens Metropolit­anos (CPTM), os intervalos entre as composiçõe­s estão maiores do que o normal. A linha 7 funciona da Luz, no centro, a Caieiras, na Grande São Paulo; a linha 11 vai da estação Luz a Guaianases, na zona leste; e as linhas 12 e 13 funcionam integralme­nte com intervalo de 8 e 30 minutos, respectiva­mente.

O governo estadual informou que, desde as primeiras horas da manhã, as equipes das três empresas monitoram a adesão à greve e adotam medidas de contingênc­ia para minimizar os impactos. As linhas de transporte metropolit­ano concedidas à iniciativa privada, 4 e 5 do metrô e 8 e 9 de trens metropolit­anos, operam normalment­e.

Com informaçõe­s das Agências Estado e Brasil

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Cptm/reprodução Chamando o movimento de “desarrazoa­do” (não racional; dominado pela emoção), o governador Tarcísio de Freitas afirmou que pretende procurar o Judiciário

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