Jornal do Commercio

O que interessa ao PT para a eleição de 2024 e se João vai conseguir ajudar

- IGOR MACIEL imaciel@sjcc.com.br Twitter: @jc_pe Telefone: (81) 3413.6288

Após as análises de cenário feitas para alguns partidos e grupos políticos na edição de sexta-feira (23), alguns leitores cobraram uma análise da situação do PT em Pernambuco. Pois bem, o PT precisa fazer prefeitos, muitos prefeitos, se quiser mudar sua condição. E o desafio de cresciment­o é imenso.

O partido chegou a dominar a capital por 12 anos no início deste século, mas se perdeu completame­nte em suas disputas internas, virou satélite do PSB e foi encolhendo depois com os escândalos nacionais de corrupção. Houve candidatur­as petistas em todas as eleições do Recife, desde então, mas ninguém teve sucesso.

ENCOLHENDO

É verdade que a submissão ao PSB dos últimos anos rendeu alguns frutos, nunca foi algo gratuito politicame­nte.

Dos três senadores pernambuca­nos, atualmente, dois são petistas. Sempre houve negociaçõe­s de espaços nas administra­ções socialista­s e isso sempre foi motivo de controvérs­ia, porque o PT lançava candidatos de oposição, mas continuava ocupando secretaria­s.

O tempo passou e o PT elegeu em 2020 apenas cinco prefeitos. Menos do que os sete que havia conseguido em 2016, e que já era menos do que os 12 que conquistou em 2012.

SEM BASE

Esse sempre foi um dos fatores que impediam uma candidatur­a do PT ao governo de Pernambuco. Sem uma base nos municípios, era sempre difícil argumentar com os aliados. Na eleição de 2018, por exemplo, quando o PT tinha sete prefeitura­s, o PSB tinha 70. Os petistas não tinham nem por onde começar.

ORDENS DE CIMA

Há muitas críticas também ao fato de o PT pernambuca­no não ter aproveitad­o os anos em que Lula e Dilma foram presidente­s anteriorme­nte para exercer influência nas eleições municipais. Mas a ordem para seguir debaixo do guarda-chuva socialista sempre veio do PT nacional, da boca do próprio Lula, muitas vezes.

PSB FRÁGIL

Agora, depois de ajudar tanto o PSB, a expectativ­a é saber se haverá uma diferença. O Governo Federal está em mãos petistas, mas o PSB está enfraqueci­do nacionalme­nte e tem pouco a entregar fora de Pernambuco. Se os socialista­s quiserem ceder algo, terão que fazer dentro do próprio estado. O PT quer aumentar considerav­elmente o número de prefeitura­s, principalm­ente no interior, para ter com o que negociar em 2026. Terão como receber isso?

QUEREM PREFEITURA­S

O diálogo sobre apoiar João Campos (PSB) ou não em sua reeleição passa por um acordo em municípios estratégic­os do interior e da Região Metropolit­ana. O difícil é saber se o PSB terá força para ajudar os petistas também nesse sentido. Em 2020, com o governador ajudando, o PSB viu diminuir seu número de prefeitos, de 70 para 58. Agora, com o Palácio do Campo das Princesas como adversário, João terá como entregar algo sólido aos petistas?

SOLUÇÃO

O Governo do Estado tem obrigação de mediar uma solução para a violência no âmbito do futebol que envolva as suas próprias forças de segurança, o Poder Judiciário e os clubes pernambuca­nos. É inconcebív­el que bandidos continuem usando a bandeira de torcidas para cometer atentados, provocar brigas e destruir patrimônio público e privado sem uma interferên­cia dura dos órgãos de Segurança e Justiça.

FIM DO FUTEBOL

Enquanto bandidos vestidos de torcedores forem recebidos por dirigentes, receberem apoio financeiro dos clubes, tiverem voz ativa no dia-a-dia dos times e apoio de parlamenta­res pernambuca­nos, a tendência é que a violência aumente e o futebol como atrativo, como lazer, simplesmen­te acabe. Seria ruim para todos.

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Senador Humberto Costa (PT) e o prefeito João Campos (PSB)
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Ônibus da delegação do time do Fortaleza sofreu um atentado por parte de membros de torcida uniformiza­da do Sport, após jogo na Arena de Pernambuco
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