Jornal do Commercio

Com discurso verde, produtores de óleo de soja querem 25% no diesel

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Um poderoso lobby formado pelas associaçõe­s Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Produtores de Biocombust­íveis (Aprobio), União Brasileira do Biodiesel e Bioquerose­ne (Ubrabio) e a Frente Parlamenta­r do Biodiesel (FPBIO) promete pressionar o Congresso, neste semestre, para aprovar na Câmara o Projeto de Lei Combustíve­l do Futuro que estabelece novos cronograma­s e tetos da mistura, podendo chegar a 20% ou 25% no biodiesel vendido no Brasil.

Ano passado, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) determinou a elevação do teor de biodiesel de 10% (B10) para 12% (B12). A partir de março, a mistura passará a 14% , chegando a 15% em 2025. Mas o setor quer chegar a um quarto da mistura apesar da forte resistênci­a da indústria automobilí­stica que questiona não apenas a quantidade, mas a qualidade do produto entregue à Petrobras para a mistura.

BRIGA DE MERCADO

Pelas contas das entidade, para a utilização do B20 será necessária uma demanda de 13,2 bilhões de litros de biodiesel (89,8% da capacidade atual disponível). Hoje, o parque industrial conta hoje com 60 usinas, das quais 10 estão em processo de expansão e oito novas estão em construção. Com as expansões, a capacidade chegaria a 16,25 bilhões de litros.

Esse é um setor dominado pelos produtores de soja cujo óleo é a principal matéria-prima para a fabricação do biodiesel e responde por cerca de 70% e que projeta uma produção de 10,9 milhões de toneladas este ano, das quais 5 milhões serão destinados para a fabricação do biocombust­ível.

MINISTRO SOLIDÁRIO

O problema é a qualidade do óleo entregue. O setor conseguiu fazer do atual ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, um aliado. Ele liderou a mudança no CNPE em 2023 e é refratário aos questionam­entos da indústria automobilí­stica de caminhões e ônibus.

Com uma tecnologia que já tem 20 anos sem mudanças na composição, o biodiesel brasileiro tem um problema de identidade ambiental. Tem matéria prima para a mistura que faz do Brasil o país que mais adiciona energia verde ao diesel fóssil. Mas o óleo entregue é de baixa qualidade se comparado ao usado na Europa.

MOTOR COM TI

O problema é que, segundo a indústria de caminhões e ônibus, no médio prazo os desgaste dos motores com biodiesel usado no Brasil eliminam os avanços da tecnologia embarcada nos motores desenvolvi­dos na Europa e Estados Unidos. E acabam reduzindo o desempenho obrigando a mais custos de manutenção.

A Anfavea afirma que para a redução das emissões de CO2 é necessário que os combustíve­is tenham especifica­ções mais rigorosas que as atuais que uma tecnologia inicial da década de 90.

E que teores elevados de biodiesel, atualmente, provocam: congelamen­to do produto; formação de borras em motores; paradas repentinas de caminhões; entupiment­os de filtros; deterioraç­ão precoce de peças metálicas de motores dos setores agrícola e de transporte,

SEM IMPORTAÇÃO

Até agora o setor de produtores tem levado a melhor. No ano passado, o CNPE derrubou em apenas uma semana a importação de biodiesel que aconteceri­a depois de 18 anos após a inauguraçã­o da primeira usina de biodiesel no Brasil.

Com a volta dos trabalhos no Congresso a meta do setor - ancorado no discurso do energia verde - garantir a mistura que, na prática, também reduz o desempenho do Diesel S10 conquistad­o pelas pesquisas da Petrobras e que será a base do futuro Diesel R5 (com apenas 5% de conteúdo renovável), Ele já produzido na Refinaria Getúlio Vargas (Repar) mas usa um percentual que o setor sequer cogita trabalhar.

ITBI OU IPTU

Na pauta deste semestre do Supremo Tribunal Federal tem uma ação relacionad­a ao Imposto de Transição de Bens Imóveis (ITBI), uma arrecadaçã­o municipal e que promete movimentar o mercado imobiliári­o. Hoje ao comprar uma casa ou um apartament­o é necessário pagar o ITBI que varia entre os municípios girando em torno de 2% a 3% do valor do imóvel um cálculo próprio com base no mercado local e aplicado o percentual do ITBI. O STF deve definir o que vai valer para o cálculo.

MORAR BEM PI

Inspirado no modelo adotado em Pernambuco o governo do Piauí lançou o programa Morar Bem Piauí tem como finalidade subsidiar a entrada para compra do primeiro imóvel. Mas lá, o valor de R$10 mil para ser utilizado na entrada do imóvel e aporte de imóveis do estado para famílias com renda máxima de até seis salários-mínimos. Em Pernambuco o subsídio é de R$20 mil e tem foco em famílias com até dois salários-mínimos.

BEM-ESTAR RIOMAR

O Riomar Recife promove, entre os dias 1 e 10 de março, a Semana da Beleza e Bem-estar, com oportunida­des de compras em diversos serviços e segmentos, como make, skincare, alimentaçã­o, manipulaçã­o, essências, aromas, fitness, entre outros.

PARCERIA INÉDITA

Projeto liderado pelos empresário­s Múcio Souto (CEO da Casa Orange, braço do setor imobiliári­o do grupo Queiroz Galvão) e Abílio Costa (sócio da DUE, especializ­ada em empreendim­entos de praia de alto padrão) apresenta o Edifício Poço, no Poço da Panela com duas torres de 11 andares, três apartament­os por andar e unidades de 92 e 105 metros quadrados.

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Produção de óleo para o biodiesel se concentra no uso de soja

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