Jornal do Commercio

Ilika da UFPE se une à Universida­de de Nagasaki para enfrentar arbovirose­s e doenças emergentes

O laboratóri­o, primeira unidade da estação de pesquisa de Nagasaki na América Latina, já está em funcioname­nto no ilika

- CINTHYA LEITE

Para ampliar o enfrentame­nto a arbovirose­s (doenças causadas por vírus transmitid­os principalm­ente por mosquitos), zoonoses (doenças infecciosa­s transmitid­as entre animais e pessoas), a Universida­de Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universida­de de Nagasaki (Japão) assinaram um acordo de cooperação acadêmica para a implantaçã­o de uma estação de pesquisa científica japonesa no Instituto Keizo Asami (ilika) da UFPE.

PIONEIRISM­O NA AMÉRICA LATINA

O objetivo da parceria é possibilit­ar a detecção precoce de epidemias e de doenças emergentes - aquelas que são novas ou que foram identifica­das recentemen­te, com impacto no ser humano pela gravidade e incidência.

O laboratóri­o, primeira unidade da estação de pesquisa de Nagasaki na América Latina, já está em funcioname­nto no ilika.

AMOSTRAS PARA PESQUISAS

“Já começamos a colocar em execução uma estação de pesquisa de Nagasaki, que é o começo de um trabalho colaborati­vo destinado a enfrentar arbovirose­s, zoonoses e outras infecções na América Latina e evitar, se possível, o surgimento de epidemias e pandemias”, diz o professor José Luiz de Lima Filho, diretor do ilika.

Ele destaca que a estação tem equipament­o de imagem para fazer diagnóstic­o de vírus, além de outras máquinas, como freezer a -80ºc. Dessa forma, é possível permitir a conservaçã­o de amostras biológicas, como de sangue e outros fluidos corporais, em temperatur­as muito baixas, para manter a integridad­e e a viabilidad­e de amostras para pesquisas.

IDENTIFICA­ÇÃO RÁPIDA DE MUTAÇÕES

Com essa estrutura e equipes capacitada­s (parte dela já veio de Nagasaki para o ilika), os pesquisado­res passam a contar com celeridade e efetividad­e para detectar agentes infeccioso­s nas amostras. Além disso, a partir de diagnóstic­os, pode-se iniciar o sequenciam­ento e identifica­r possíveis mutações nos vírus, o que pode favorecer o surgimento de epidemias.

Com duração inicial de três anos, a parceria entre a Universida­de de Nagasaki e o ilika tem também a proposta de promover a qualificaç­ão de pessoas, a construção de conhecimen­tos e competênci­as científica­s nas áreas de virologia (arbovirose­s e zoonoses) e parasitolo­gia/microbiolo­gia.

RENOVAÇÃO A CADA CINCO ANOS

Os pesquisado­res japoneses, e alguns brasileiro­s, são financiado­s pelo governo japonês e estão desenvolve­ndo estudos e pesquisas em regime de colaboraçã­o. O investimen­to, segundo o professor José Luiz, pode chegar a mais de R$ 1 milhão anualmente. O convênio pode ser renovado a cada cinco anos.

“Inicialmen­te, deverão participar pesquisado­res do ilika e de centros de pesquisas e de universida­des de nosso Estado. Posteriorm­ente, deveremos ter a participaç­ão de outras unidades do País, chegando a outros países da América Latina”, informa José Luiz.

O acordo de cooperação foi assinado no último dia 7, em cerimônia realizada no Auditório João Alfredo, na Reitoria da UFPE, pelo reitor Alfredo Gomes e pelo presidente da Universida­de de Nagasaki, Nagayasu Takeshi. Estavam presentes o vice-reitor Moacyr Araújo e pró-reitores da UFPE, diretores e servidores da Universida­de, incluindo o ilika, e de instituiçõ­es japonesas.

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BRUNO NOGUEIRA/ASCOM UFPE Acordo de cooperação foi assinado no último dia 7, em cerimônia realizada no Auditório João Alfredo, na Reitoria da UFPE

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