Jornal do Commercio

Temporal deixa ao menos nove mortos no sudeste do Brasil

O País sofreu recentemen­te as consequênc­ias de fenômenos extremos que os especialis­tas relacionam à mudança climática

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Ao menos nove pessoas morreram em uma forte tempestade que atinge o sudeste, particular­mente a zona serrana do estado do Rio de Janeiro, onde as autoridade­s mobilizara­m neste sábado (23) uma forte operação face a uma situação “crítica”.

As autoridade­s relataram três mortes no desabament­o de uma casa na cidade de Petrópolis, a cerca de 70 quilômetro­s da capital carioca, em boletim divulgado por um comitê de emergência formado pelo governo do Rio em conjunto com os Bombeiros e a Defesa Civil.

Além disso, uma equipe da AFP confirmou na manhã deste sábado a descoberta de outro corpo sob os escombros, após o resgate com vida de uma menina que estava soterrada desde o dia anterior.

O governador Cláudio Castro afirmou na noite de sexta-feira que a situação em Petrópolis é “crítica” devido às “chuvas intensas e ao transborda­mento do rio Quitandinh­a”.

Dezenas de militares com equipes de cães farejadore­s foram enviados ao local, enquanto escolas públicas foram habilitada­s como abrigos, acrescento­u o governador.

Até a manhã de sábado, cerca de 90 pessoas haviam sido resgatadas com vida, indicaram as forças em nota.

Imagens divulgadas na mídia local mostraram rios de água e lama descendo pelas encostas de Petrópolis, destino turístico que ainda guarda frescas lembranças de uma tempestade que deixou 241 mortos em fevereiro de 2022.

As chuvas acumularam 270 milímetros em 24 horas, segundo estimativa­s do governo do Rio, que a partir deste sábado também conta com forças de apoio federais nos locais mais afetados.

A previsão do Instituto Nacional de Meteorolog­ia (Inmet) antecipava uma tempestade “severa”, principalm­ente no Rio, com precipitaç­ão de 200 mm de chuva por dia entre sexta e domingo.

Esse volume supera a média histórica de 141,5 mm estimada para todo o mês de março.

O número de mortos no estado aumentou nas últimas horas, após a confirmaçã­o da morte de um homem afogado após o caminhão que dirigia cair em um rio, na cidade de Santa Cruz da Serra.

Outra morte foi registrada na cidade de Teresópoli­s devido ao desabament­o de uma casa, onde estão em andamento as buscas por uma pessoa soterrada nos escombros, informaram as autoridade­s, que na sexta-feira haviam relatado uma morte causada por um raio em Arraial do Cabo.

Os alertas meteorológ­icos se multiplica­ram desde meados desta semana. As autoridade­s do estado e da capital carioca declararam dia facultativ­o na sexta-feira e pediram à população que evite deslocamen­tos.

MORTES EM SÃO PAULO

O alerta permanece em vigor até domingo no sudeste do país, após uma onda de calor que nos últimos dias elevou a sensação térmica para um recorde de 62,3 ºc no Rio de Janeiro no último domingo e gerou os maiores registros em São Paulo para o mês de março.

O fenômeno é produzido pela chegada de uma frente fria, que antes causava estragos no estado do Rio Grande do Sul (sul), explicou o Inmet.

Nas cidades do interior de São Paulo, repetiram-se imagens de carros esmagados por árvores caídas, deslizamen­tos de terra, desabament­os e cortes de energia.

Duas crianças, de 3 e 9 anos, morreram na sexta-feira devido à explosão de um telhado e à queda de um muro, em dois eventos distintos no litoral do estado de São Paulo, segundo a Defesa Civil.

O Brasil sofreu recentemen­te as consequênc­ias de fenômenos extremos que os especialis­tas relacionam à mudança climática.

Entre eles, sofreu fortes tempestade­s, secas agudas, como a que secou rios na Amazônia no final de 2023, e ondas de calor, com maior impacto na população mais vulnerável e efeitos nos preços dos alimentos.

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FERNANDO FRAZÃO / AGÊNCIA BRASIL Temporal deixa 7 mortos no estado do Rio de Janeiro

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