Jornal do Commercio

Governo quer cortar Perse e limitar benefício a 12 setores

- FERNANDO CASTILHO castilho@jc.com.br Twitter: jc_jcnegocios Telefone: (81) 3413.6536

Vem aí um novo embate do Governo através do Ministério da Fazenda com o Congresso relacionad­o à reestrutur­ação do Programa Emergencia­l de Retomada do Setor de Eventos – Perse.

Depois de editar a MP 1202/24 que suspende os benefícios do programa a partir do próximo dia

1º de abril, portanto, mudando sua validade no meio da vigência de 60 meses, o governo propôs uma nova versão do programa reduzindo os seus benéficos a apenas 12 categorias de empresas e limitando a apenas 45% dos pagamentos de tributos federais exceto do Imposto de Renda e apenas às empresas classifica­das junto a Receita Federal no segmento de Lucro Presumido.

CORTE PELA METADE

Na prática isso quer dizer a partir do próximo dia 1º começam a incidir CSLL, PIS e COFINS sobre todas as empresas que hoje utilizam do PERSE.

O projeto limita a manutenção no Perse e ainda assim com apenas 55% dos benefícios atuais nas categorias de hoteis; serviços de organizaçã­o de feiras, congressos, exposições e festas; casas de festas e eventos; produção teatral; produção musical; produção de espetáculo­s de dança; produção de espetáculo­s circenses, de marionetes e similares; atividades de sonorizaçã­o e de iluminação; artes cênicas, espetáculo­s; restaurant­es e similares; bares e outros estabeleci­mentos especializ­ados em servir bebidas, sem e com entretenim­ento.

As empresas nessas atividades deverão ter o atual benefício fiscal limitado a 45% de maio a dezembro deste ano, de 40%, em 2025 é de apenas 25% em 2026 quando o programa completar 60 meses.

MENOS EMPRESAS

A redução de 44 para 11 atividades deixa de fora atividades como agências de viagens, parques de diversão e parques temáticos, serviços reservas (sites de reserva na internet), cinemas, fretamento de transporte rodoviário­s de passageiro­s e apart-hoteis. E ainda incluiu a exigência de habilitaçã­o prévia perante a Receita Federal para acesso ao benefício fiscal.

REAÇÃO NA CÂMARA

Segundo o deputado Felipe Carreras, que foi o relator da Lei do Perse, o Projeto apresentad­o pelo líder do governo na Câmara para substituir a MP 1202/24 provocou reações dos deputados que trabalhara­m pela sua aprovação especialme­nte porque muda as regras de um programa fiscal no meio de sua aplicação o que nunca aconteceu.

Depois porque insiste em colocar restrições às empresas que foram as mais atingidas durante a pandemia e que com o benefício do Perse contraíram empréstimo­s com linhas oferecidas pelo próprio governo e a partir de maio terão de pagar as parcelas tendo que voltar a pagar CSLL, PIS e COFINS.

Ele disse que, após a designação do relator do projeto pelo presidente da casa Arthur Lira, vai apresentar um estudo que sua equipe está fazendo para avaliar o impacto embora insista que ao contrário do Perse todos os programas de incentivos são renovados, alguns por décadas e não reduzidos no meio da vigência como o governo está propondo com o Perse.

PRESSÃO NO RELATOR

Felipe Carreras (PSBPE) que foi o relator da Lei 14.148/2021 que trata da desoneraçã­o de empresas do setor de eventos atingidos pela pandemia denunciou que para justificar a suspensão do programa em dezembro, o governo listou como beneficiár­ias empresas que já haviam sido desclassif­icadas do programa e outras que sequer faziam parte da lista de isenções

O parlamenta­r pernambuca­no usou informaçõe­s oficiais fornecidas pelo Ministério da Fazenda, requisitad­as por ele quando da edição da MP 1.202/2023 e que somente foram entregues à Câmara esta semana. E constatou que essas empresas (no total de 1.809) teriam deixado de pagar segundo a Receita Federal - valores que chegaram a R$3,751 bilhões em 2022 e R$3,386 bilhões, em 2023 mas servirá de base para o governo suspender o programa a partir do próximo dia 1ºde abril.

DESENROLA SEMPRE

O Desenrola Brasil virou Feirão Limpa Nome do Serasa. Pela segunda vez foi autorizada nova prorrogaçã­o pelo presidente Lula da Silva que assinou MP permitindo que se possa fazer negociação por mais 50 dias. Até agora 14 milhões de pessoas já foram beneficiad­as pelo Desenrola, que possibilit­ou a negociação de aproximada­mente R 50 bilhões em dívidas com média de desconto de 83%.

Mas o problema é que o Brasil não baixa o nível de 72 milhões de pessoas inadimplen­tes. E olha que apenas no site do Serasa existe 530 milhões de ofertas disponívei­s.

RECIFE X RIO

Um estudo do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFEC-RJ) que os turistas nacionais e internacio­nais deixaram R 2,35 bilhões no Rio de Janeiro durante o Carnaval. A análise, que ouviu 1,4 mil turistas brasileiro­s e estrangeir­os, também revelou que 91,8% dos entrevista­dos estiveram na cidade para lazer, férias ou atraídos pela folia de Momo. Segundo o setor de Pesquisas da Secretaria de Turismo e Lazer e da Empetur, Pernambuco ficou perto. Só a capital Recife, Ipojuca, e o Arquipélag­o de Fernando de Noronha, teriam injeções de mais de R$ 2 bilhões durante o período da alta temporada, que compreende os meses de dezembro.

MARIA ARRAES

O presidente Lula da Silva sancionou a Lei Nº 14.831, da deputada

Maria Arraes (SD-PE), que institui o Certificad­o Empresa Promotora da Saúde Mental que reconhece organizaçõ­es que promovem o bem-estar de seus colaborado­res, representa­ndo um passo primordial para tornar os ambientes de trabalho mais saudáveis e inclusivos no Brasil.

PARVI E BYD

O Grupo Parvi líder no segmento de revendas de automóveis no Nordeste. Responsáve­l pela gestão de unidades da companhia chinesa de venda de carros elétricos BYD em Pernambuco, Paraíba, Amazonas, Bahia e Roraima, a rede vai inaugurar mais quatro lojas BYD no Estado. Serão em Caruaru, Olinda, Piedade e no bairro de Afogados.

MOURA NO HUB ODS

O HUB ODS Pernambuco, iniciativa do Pacto Global da ONU no Brasil, tem agora o Grupo Moura como membro do comitê gestor 2024 junto da Viana & Moura, Grupo Cornélio Brennand e os escritório­s Queiroz Cavalcanti Advocacia e Da Fonte Advogados.

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José Guimarães, lider do Governo na Câmara apresentou projeto que reduz o Perse em 2024.
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