Jornal do Commercio

JUSTIÇA Processo sobre latrocínio de juiz em Jaboatão entra na reta final

Réus foram interrogad­os durante audiência de instrução e julgamento, ocorrida na quarta-feira. Agora, faltam apenas as alegações finais para juíza publicar a sentença

- RAPHAEL GUERRA

Afase de audiências de instrução e julgamento dos cinco homens acusados de participaç­ão no latrocínio do juiz Paulo Torres Pereira da Silva, de 69 anos, foi concluída pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Jaboatão dos Guararapes. Na última quarta-feira, o delegado responsáve­l pela investigaç­ão foi ouvido. Também houve o interrogat­ório dos réus.

O processo agora entra na fase final. A juíza Roberta Barcala Baptista Coutinho determinou um prazo de cinco dias para a acusação, representa­da pelo Ministério Público, e para a defesa dos réus apresentar­em as alegações finais por escrito. Após isso, com todo o processo em mãos, a magistrada deverá publicar a sentença. Como se trata de um crime de latrocínio, não há júri popular.

A primeira audiência de instrução aconteceu em 28 de fevereiro deste ano. Na ocasião, sete testemunha­s de acusação, arroladas pelo Ministério Público, foram ouvidas em juízo. Já a defesa dos acusados substituiu as três testemunha­s arroladas por declaração de conduta.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), respondem ao processo: Marcos Vinícius Santana da Silva, Kauã Vinícius Alves da Rocha, Yuri Romenique Alves da Silva, Alcides da Silva Medeiros Júnior e Esdras Ferreira de Lima.

Os três primeiros estão presos preventiva­mente. Os outros dois estão em liberdade provisória.

RELEMBRE O CASO

O juiz Paulo Torres foi morto com um tiro na cabeça após ser abordado na Rua Maria Digna Gameiro, no bairro de Candeias, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, na noite de 19 de outubro de 2023. A vítima estava a 300 metros de casa. De acordo com a investigaç­ão, os acusados queriam roubar um carro e escolheram o do juiz de forma aleatória, porque o veículo estava com as janelas abertas e eles perceberam que o motorista era um idoso.

A investigaç­ão apontou que havia três adultos e um adolescent­e no carro usado no crime. Dois homens desceram do veículo e se aproximara­m do juiz. Apenas um estava armado, com um revólver. O tiro teria sido disparado após a vítima reagir, tentando dar marcha a ré.

Quatro dias após o crime, três homens foram presos na praia de Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho: Kauã, Esdras e Alcides.

Segundo as investigaç­ões iniciais, apenas Kauã teria participad­o da abordagem ao juiz. Os outros dois estariam descaracte­rizando o carro usado no crime. Este veículo, inclusive, havia sido roubado no dia 3 de outubro no Cabo de Santo Agostinho numa abordagem parecida.

Dias depois, um adolescent­e de 17 anos se apresentou à polícia e confessou que estava no momento do latrocínio do juiz. Ele contou que não teria saído do carro para abordá-lo.

A Justiça já analisou o caso dele e decidiu pela internação em uma unidade da Fundação de Atendiment­o Socioeduca­tivo (Funase).

Nas semanas seguintes, os outros acusados foram presos.

HISTÓRICO DO JUIZ NO TJPE

Paulo Torres estava na magistratu­ra há mais de três décadas. Antes de ser morto, atuava na 21ª Vara Cível da Capital.

Em 1991, Paulo assumiu a 2ª Vara da Comarca de Salgueiro. Ele também atuou como juiz das Comarcas de Serrita, São José do Belmonte, Parnamirim, Belém de São Francisco e Escada. Em 1993, o magistrado atuou na Comarca de Jaboatão e depois no Cabo de Santo Agostinho.

A chegada à Comarca da Capital aconteceu em 1994. No Recife, atuou em Varas Cíveis, na 1ª Vara da Fazenda Municipal e no I Juizado Especial de Pequenas Causas do bairro do Rosarinho.

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REPRODUÇÃO Paulo Torres Pereira da Silva foi morto com tiro na cabeça a 300 metros da casa dele
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Carro usado pelo magistrado Paulo Torres não chegou a ser levado pelos acusados

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