Jornal do Commercio

Cocaína era enviada para África e Europa a partir de barcos pesqueiros no Pará, revela PF

A Polícia Federal cumpriu nesta quinta-feira, 4, 15 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão em seis cidades paraenses e em outros sete Estados do País

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APolícia Federal cumpriu nesta quinta-feira, 4, 15 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão em seis cidades paraenses e em outros sete Estados do País no âmbito da Operação Oceano Azul. Os trabalhos, voltados para o combate ao tráfico internacio­nal de drogas e lavagem de dinheiro, tem como alvo um grupo que movimentou mais de R$ 50 milhões entre 2022 e 2023 em um esquema de envio de cocaína para a África e Europa.

A PF não detalhou a dinâmica seguida pelos criminosos no transporte dos entorpecen­tes, que acontecia a partir de barcos pesqueiros com origem no Pará.

Além dos mandados de prisão e busca e apreensão, também foram cumpridos 27 mandados de sequestro de bens e 15 mandados de suspensão de atividades econômicas, todos expedidos pela 4ª Vara Federal da seção judiciária do Pará.

No Estado, há mandados nas cidades de Vigia, Curuçá, Abaetetuba, Ananindeua, Belém e Altamira. Assim como em Roraima, Amazonas, Ceará, São Paulo, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Minas Gerais.

Os trabalhos da PF na Operação partiram da apreensão de uma tonelada de cocaína enterrada em um sítio no município de Curuçá, no Pará, em julho de 2022.

Com o andamento das investigaç­ões, a Polícia identifico­u um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao grupo. A organizaçã­o criminosa usava “laranjas” e “testas de ferro” com a abertura de diversos CNPJS visando a dissimular os valores obtidos de forma ilícita.

O ponto que chamou atenção dos investigad­ores para a prática foi a criação de uma instituiçã­o financeira por parte dos envolvidos que também tinha como objetivo a lavagem de dinheiro do tráfico

De acordo com a Polícia, as investigaç­ões seguem com a perícia de dispositiv­os eletrônico­s apreendido­s no intuito confirmar ou refutar as hipóteses criminais levantadas.

O Estadão mostrou em fevereiro que as facções vêm buscando diversific­ar suas estratégia­s de lavagem de dinheiro. Do uso de igrejas como fachada até a criação de contas em bancos digitais, o Primeiro Comando da Capital (PCC), maior organizaçã­o criminosa do País, tem atuado para esconder os ganhos obtidos com o tráfico internacio­nal de drogas e driblar a fiscalizaç­ão da polícia.

Autoridade­s policiais apontam que o avanço do tráfico de cocaína criou uma maior necessidad­e não só de o PCC, como de outras organizaçõ­es criminosas, de sofisticar as formas de lavar dinheiro e tirar o peso de estratégia­s já conhecidas pelos investigad­ores. “Seguir o caminho do dinheiro”, afirmam promotores e delegados, tem se tornado algo cada vez mais complexo.

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Os trabalhos têm como alvo um grupo que movimentou mais de R$ 50 milhões entre 2022 e 2023

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