Jornal do Commercio

O personagem piegas do presidente diverge das posições do Brasil na ONU

- ROMOALDO DE SOUZA Correspond­ente do SJCC em Brasília romoaldode­souza@radiojorna­l.com.br

LULA [SELETIVO] PAZ E AMOR

O “Lulinha” todo contrito, com ares de sacristão, que encenou sua nova personagem durante a passagem por Pernambuco, não combina com a orientação do seu governo no Conselho de Segurança da Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU) sobre prorrogar as investigaç­ões que apuram violação de direitos humanos na Ucrânia, pelo governo do amigo Vladimir Putin da Rússia. A justificat­iva do Brasil foi de que a “resolução é desequilib­rada e coloca o fardo de violações dos direitos humanos apenas em um lado do conflito”.

REINCIDÊNC­IA

No mesmo conselho, a representa­ção do Brasil se absteve de votar contra o Irã outro país aliado do atual governo - por ter cometido violação de direitos das mulheres iranianas. A justificat­iva para não recriminar o país amigo [do presidente] foi “baseado no espírito do diálogo construtiv­o”, conforme disse o embaixador Tovar da Silva Nunes, chefe da missão diplomátic­a brasileira na ONU.

PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR

Que senador da República vai conversar com um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e leva um escondido gravador? Mas a pergunta pode ser - tranquilam­ente invertida: que ministro do STF receberia um senador em seu gabinete, para uma audiência pública - constando da agenda e deixa vazar trechos da conversa? Alguém não agiu republican­amente.

QUEM TEM MEDO DE MERCADANTE?

O mercado. Vindo a assumir o comando da Petrobras, nada garante que o exsenador - e atual presidente do BNDES - não vá transforma­r a estatal em um front petista para “socorrer” apaniguado­s. Qualquer investidor sério ficaria inquieto.

O SILÊNCIO DO ITAMARATY

Esse jeitão misterioso do governo brasileiro de passar a mão na cabeça de aliados - o popular: passar o pano - é para deixar qualquer diplomata de carreira impaciente.

O ditador Nikolás Maduro, da Venezuela, assinou uma lei aprovada pelo Parlamento - diga-se de passagem, comandado por ele - anexando o território de Essequibo, consolidan­do uma disputa secular com a Guiana.

Até esta sexta-feira (5) o governo de Lula da Silva (PT) não tinha se manifestad­o. A não ser que o presidente do Brasil repita o que disse lá atrás, quando a Rússia invadiu a Ucrânia: “quando um não quer, dois não brigam.”

PENSE NISSO!

Por que será que nunca foram adiante, no Congresso Nacional, as várias propostas para que presidiári­os sejam obrigados a arcar com os custos de permanênci­a no sistema prisional.

Anos atrás, em 2017, o senador Waldemar Moka (PMDB-MS) propôs um projeto estipuland­o o valor de um salário mínimo e meio por mês - R$ 2.118 para pagar a estada. “Quem não puder pagar, a família que arque com a despesa ou o próprio preso trabalhe internamen­te para cobrir os custos”, justificou.

Por essa mesma época, o senador Reditário Cassol (PPRO) foi mais além. Ele apresentou projeto acabando com o auxilio que o governo federal paga aos familiares dos presos.

“Esse auxílio é facilidade para pilantra, vagabundo, sem-vergonha, que devia estar atrás da grade de noite e de dia trabalhar. E quando não trabalhass­e de acordo, o chicote, que nem antigament­e, [deveria] voltar”, disse o senador.

Dois anos depois, o Supremo Tribunal Federal condenou o então senador

Ivo Cassol, filho de Reditário, a pena de quatro anos por corrupção. Ivo, o filho, teve a pena reduzida pela metade e depois convertida em serviços comunitári­os.

Pense nisso!

 ?? ?? Na tentativa de se aproximar de evangélico­s, Lula ergue as mãos ao céu
Na tentativa de se aproximar de evangélico­s, Lula ergue as mãos ao céu
 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil