Jornal do Commercio

Disputa política ameaça Festival de Inverno de Garanhuns

Esta semana, a presidente da Fundarpe disse que o Estado estava se retirando da organizaçã­o do evento

- TEREZINHA NUNES Do Blogdellas Especial para o JC

Criador do Festival de Inverno de Garanhuns há 32 anos, o prefeito Ivo Amaral, já falecido, nunca desejou municipali­zar o evento que, desde o início, através do seu esforço, foi assumido pelo Governo do Estado e realizado em parceria com a Prefeitura.em 2009, quando comemorou o reconhecim­ento do mesmo como Patrimônio Imaterial de Pernambuco pela Assembléia Legislativ­a, ele foi ouvido sobre a possibilid­ade de municipali­zação do evento e respondeu: “a municipali­zação é um equívoco que se for levado a cabo é o decreto do fim do Festival”. Lembrava que um evento de tal grandeza e “com mais de 20 polos de pura cultura, envolvendo toda a diversific­ada cena cultural pernambuca­na, só poderia ser permanente se fosse bancado pelo estado” embora, como dizia, “fosse necessário que todos (estado, município e empresaria­do) trabalhem em consonânci­a com o projeto”.

Algo que Ivo, certamente, não aprovaria, está acontecend­o este ano na 32.a edição do evento, um dos mais importante­s, em sua categoria, não só de Pernambuco como do Brasil. O atual prefeito Sivaldo Albino(psb), que nunca falou emunicipal­ização, começou a defendê-la na gestão da governador­a Raquel Lyra,trazend opara acena política um debate sobre um festival, que sempre for exemplo de união. Mesmo quando o governador e o prefeito estavam em campos diferentes, houve entendimen­to, eles sentavam à mesa e não se tem notícia de dificuldad­es nessa área. O estado organizava o evento, custeando quase tudo, e a Prefeitura era parceira. Ganhavam todos.

Esta semana, a presidente da Fundarpe, órgão estadual responsáve­l pelo Festival, Renata Borba, disse, após vários encontros das equipes estaduais e municipal, duas delas com a presença do prefeito e da governador­a, que o estado estava se retirando da organizaçã­o evento com uma frase que virou manchete: ” Isso nãoéoFIG”.El ase referia ao fato da Prefeitura não ter concordado em assinar um termo de compromiss­o com o estado sobre o Festival, impedindo que o poder público, atempo, fizesse as chamadas públicas elicitaçõe­s necessária­s à contrataçã­o dos artistas e dos serviços prestados ao público durante o evento; e à decisão do prefeito de, segundo ela, transforma­r o festival “em mais uma festa e isso não é FIG. Festa, qualquer município pode fazer”.

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HESÍODO GÓES/SECOM Governador­a Raquel Lyra se reuniu com o prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino, antes do rompimento

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