Futuro incerto do festival
Na verdade, o prefeito, como fez questão de frisar, com o apoio dos deputados federais Carlos Veras, do PT, e Felipe Carreras, do PSB, responsáveis pela liberação de emendas parlamentares para contratar atrações nacionais, anunciou sozinho esta quinta-feira a contratação de 38 atrações para se apresentar no Polo Dominguinhos, sendo só duas pernambucanas: o Conde Só Brega e Rafhaella Santos, também da cena brega.
Uma confusão deste tamanho não acontece de um dia para outro. Desde o festival do ano passado, o prefeito vinha reclamando de falta de atenção do Governo e de demora na liberação de informações sobre o Festival. Segundo Renata Borba, os problemas começaram porque “o estado só tinha no orçamento feito no Governo anterior, R$ 6,5 milhões para investir no evento e o prefeito queria um festival de R$ 21 milhões, alegando que fora esse o gasto de 2022, no governo Paulo Câmara”. Segundo ela, ele não concordou que o estado não tivesse os recursos pretendidos “e fez tudo para boicotar o nosso trabalho, até vaiados nós fomos pelos funcionários comissionados da Prefeitura.”
Este ano, a governadora colocou no orçamento R$ 17 milhões para o evento mas, mesmo assim, não houve acordo. Nem mesmo quando o estado se comprometeu a custear o pagamento dos artistas já contratados pelo município. “O FIG é enorme e não se restringe aos shows noturnos no Polo Dominguinhos.
Tem mais de 20 polos englobando teatro, cinema, moda, gastronomia, música, literatura, cultura popular, um polo regional para as pessoas de mais idade, polos infantis de cultura, ou seja, uma gama imensa de atividades todas planejadas e feitas como manda a lei”.
Como fica a situação a partir de agora quando as pessoas frequentadoras do FIG começam a se programar para estar em Garanhuns em julho quando o evento acontece? O governo, mesmo se retirando da organização, vai, conforme promete a Fundarpe, fazer um patrocínio para o FIG – o valor ainda não está definido como acontece em todos os eventos tradicionais do estado mas vai exigir que os recursos entregues à Prefeitura sejam usados exclusivamente para contratação de artistas pernambucanos.
Apesar disso, há outras contendas em marcha. Ao mesmo tempo em que decidiu municipalizar o FIG, o prefeito solicitou o registro da marca do festival e o estado não aceitou, alegando que ela é estadual. Os dois entraram com ações na justiça.
Pelo visto, infelizmente, a briga só está começando.