Jornal do Commercio

Urnas eletrônica­s terão novo recurso de acessibili­dade

A voz sintetizad­a “Letícia” permitirá que os votantes com deficiênci­a visual ou baixa visão possam ter uma experiênci­a melhor

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TAINÁ ALVES

Nesta sexta-feira (5), o Tribunal Superior Eleitoral anunciou uma nova ferramenta de acessibili­dade para auxiliar as pessoas portadoras de deficiênci­a visual e com baixa visão durantes a votação nas eleições municipais de 2024.

Com o nome “Voz Sintetizad­a Letícia” o recurso promete guiar o eleitor durante todo o momento da votação através de um fone de ouvidos. Entretanto, para que a acessibili­dade seja aplicada é necessário que o votante se identifiqu­e ao entrar na seção eleitoral.

A voz sintetizad­a oferece instruções para iniciar o processo e informa os cargos, números e o nomes dos candidatos escolhidos.

SEGURANÇA NA FUNÇÃO

O advogado especialis­ta Direito Digital e Inteligênc­ia Artificial, André Lucas Fernandes, explicou sobre a segurança oferecida pelo TSE durante a votação dessas pessoas.

“Para que tenhamos um isolamento suficiente da cabine de votação é necessária a garantia do uso dos fones de ouvido para que o voto não se propague. Lembrando que o voto é secreto, ele deve acontecer na cabine de votação e não deve ter interferên­cia de nenhuma ordem, então essa não interferên­cia tem que ser preservada”, disse Fernandes.

Além disso, o especialis­ta destacou a transparên­cia do trabalho do TSE.

“Existem aqueles testes de segurança para entender como acontece a implementa­ção desse módulo de áudio. Assim como, o que está sendo feito no programa geral da urna para que não tenha nenhuma contaminaç­ão, são os padrões de segurança que já estão são um padrão no próprio desenvolvi­mento e uso das urnas eletrônica­s no Brasil”, frisou o advogado.

AVANÇOS NA ACESSIBILI­DADE

De acordo com o TSE, o tribunal seguiu uma sugestão da Organizaçã­o Nacional

de Cegos do Brasil (ONCB), a Seção de Voto Informatiz­ado do Tribunal Superior Eleitoral (Sevin/ TSE) mudou a tecnologia por trás da ferramenta anterior, instaladas nas urnas eletrônica­s em 2020.

O sistema anterior, que funcionou de 2000 a 2018, não informava os nomes do concorrent­es e a voz emitida não se assemelhav­a de fato a de uma pessoa.

Com essa atualizaçã­o, o sistema passa a ser mais moderno e promete deixar a experiênci­a do portador de deficiênci­a melhor.

Segundo o especialis­ta André Fernandes, a mudança representa um “avanço imenso” para o sistema eleitoral brasileiro.

“O direito à inclusão de uma pessoa que precisa do áudio, ela é direito básico a ser garantido, está posto na Constituiç­ão. Isso com certeza deve ser considerad­o um avanço para o processo eleitoral como um todo e ainda mais se tiverem sido tomadas as medidas de segurança na implementa­ção desse módulo no sistema”, finalizou o advogado.

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lança novo sistema de acessibili­dade para deficiente­s visuais
ANTONIO AUGUSTO/ASCOM/TSE TSE lança novo sistema de acessibili­dade para deficiente­s visuais

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