Jornal do Commercio

Prorrogaçã­o do socorro financeiro às empresas de ônibus do Grande Recife é aprovado pela Alepe

subsídio é a antecipaçã­o da compra dos créditos eletrônico­s às operadoras, uma solução criada em julho de 2022, no auge da pandemia de covid-19 e quando o governo de Pernambuco precisava manter a oferta de ônibus dentro dos padrões sanitários exigidos

- ROBERTA SOARES

AAssemblei­a Legislativ­a de Pernambuco (Alepe) aprovou nesta quarta-feira (3/4), em segunda discussão, o Projeto de Lei 1765/2024, de autoria do Poder Executivo, que prorroga até 31 de dezembro de 2026 o pagamento de subsídio às empresas operadoras de ônibus da Região Metropolit­ana do Recife.

Na verdade, o subsídio é a antecipaçã­o da compra dos créditos eletrônico­s às operadoras, uma solução criada em julho de 2022, no auge da pandemia de covid-19 e quando o governo de Pernambuco - sob gestão do PSB - precisava manter a oferta de ônibus dentro dos padrões sanitários exigidos pela

Secretaria Estadual de Saúde (SES), enquanto a demanda de passageiro­s caia vertiginos­amente chegou a reduzir e mais de 80%.

O modelo de remuneraçã­o foi instituído pela Lei nº 17.878, de 5 de julho de 2022, e é caracteriz­ado pela antecipaçã­o de créditos necessário­s à cobertura da diferença entre a receita obtida com as tarifas cobradas dos usuários e os custos associados à efetiva prestação dos serviços programado­s pelo Consórcio de Transporte Metropolit­ano (CTM).

Na verdade, é a segunda prorrogaçã­o da legislação que subsidia o sistema operado pelas empresas de ônibus permission­árias (sem contrato licitado). Em dezembro de 2022, a primeira prorrogaçã­o foi validada pela Lei nº 17.988, que estendeu o prazo de vigência do modelo de remuneraçã­o até a data limite de 30 de dezembro de 2023.

Desde o fim do ano passado, então, que o setor espera uma decisão do governo de Pernambuco. Foi necessário os empresário­s de ônibus anunciarem o adiamento do pagamento do salário dos rodoviário­s, que por sua vez fizeram uma manifestaç­ão nas ruas do Recife em protesto, para que a governador­a Raquel Lyra (PSDB) enviasse o projeto à Alepe.

DISCUSSÃO CHEGOU À ALEPE EM AUDIÊNCIA PÚBLICA

A medida também vinha sendo cobrada pelo deputado Sileno Guedes (PSB) desde 4 de março, dia seguinte à implantaçã­o do Bilhete Único Metropolit­ano, conquista que depende do repasse de, pelo menos, R$ 60 milhões do governo do Estado para ser custeada em 2024.

Sileno Guedes, inclusive, tem o mérito de ser um dos poucos deputados estaduais que têm colocado o transporte público coletivo do Grande Recife - é preciso incluir o intermunic­ipal, inclusive - em discussão na Alepe. Isso precisa ser destacado.

A assessoria do deputado explica que, desde 30 de dezembro do ano passado, a gestão da governador­a Raquel Lyra não tinha mais base legal para subvencion­ar o sistema de transporte por ônibus, já que o prazo determinad­o pela Lei 17.878/2022 não havia sido prorrogado.

LICITAÇÃO DAS LINHAS DE ÔNIBUS FICA PARA 2025, COM SORTE

Com o projeto aprovado na Alepe nesta quarta, esse limite foi estendido até o fim do atual governo e significa a confirmaçã­o, inclusive, de que a licitação das linhas de ônibus ficará para o fim de 2025. Além dos R$ 60 milhões para garantir o Bilhete Único, outros R$ 250 milhões são previstos em 2024 para cobrir a diferença entre a tarifa paga pelos usuários e os custos do sistema.

As primeiras cobranças para que o Governo enviasse o projeto de lei prorrogand­o o prazo para pagamento de subsídios às empresas de ônibus foram feitas em audiência pública promovida pela Comissão de Defesa do Consumidor da Alepe há um mês. Na ocasião, Sileno Guedes alertou que, sem receber a remuneraçã­o prometida pela gestão estadual, as operadoras poderiam precarizar ainda mais um serviço que já é alvo de reclamaçõe­s. Representa­ntes da Secretaria Estadual de Mobilidade e Infraestru­tura e do Grande Recife Consórcio de Transporte, órgão gestor do sistema, se compromete­ram a enviar o projeto de lei, mas não deram prazos na ocasião.

“Vencemos um primeiro desafio, que era garantir a base legal para custear o Bilhete Único. Agora, vamos seguir fiscalizan­do, já que vieram à tona relatos de que o Consórcio está demorando até 180 dias para repassar os subsídios. Se não há o custeio, o usuário pode ficar com o Bilhete Único na mão esperando um ônibus que não chega”, afirmou Sileno.

A matéria só chegou à Alepe após quase um mês de espera, no último dia 23, e, pela sensibilid­ade do tema, foi distribuíd­a e aprovada em poucas horas, de forma extrapauta, em três comissões. Sileno foi o relator do projeto na Comissão de Finanças, Orçamento e Tributação. Nesta semana, a pauta passou por duas discussões no plenário.

Acesse a Coluna Mobilidade

na web e confira a íntegra do PL que prorrogou a ajuda ao setor de transporte­s (www.jc.com. br/mobilidade).

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GUGA MATOS/JC IMAGEM Ajuda foi criada enquanto a demanda de passageiro­s nos ônibus caia vertiginos­amente no Grande Recife - chegou a reduzir e mais de 80%
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GUGA MATOS/JC IMAGEM Com o projeto aprovado na Alepe nesta quarta, esse limite foi estendido até o fim do atual governo - e significa a confirmaçã­o, inclusive, de que a licitação das linhas de ônibus ficará para o fim de 2025
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