Jornal do Commercio

Ailton Krenak toma posse na ABL: “Pluralidad­e indígena”

Ailton Alves Lacerda Krenak nasceu em Itabirinha, Minas Gerais, em 1953, na região do vale do Rio Doce

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Agência Brasil

Oambiental­ista, filósofo e poeta Ailton Krenak tomou posse nesta sexta-feira (5) na Academia Brasileira de Letras, em cerimônia realizada na sede da organizaçã­o no Rio de Janeiro. Ele herdou a Cadeira 5, que pertencia antes ao historiado­r José Murilo de Carvalho, morto em agosto de 2023.

Participar­am do evento os ministros dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, e da Cultura, Margareth Menezes. E tiveram destaque nos ritos de posse, os membros da ABL Heloísa Teixeira, Arnaldo Niskier, Fernanda Montenegro e Antonio Carlos Secchin. A comissão de entrada foi formada por Edmar Lisboa Bacha, Joaquim Falcão e Ruy Castro. A comissão de saída por Ana Maria Machado, Geraldo Carneiro e Antônio Torres.

PLURALIDAD­E INDÍGENA

Krenak falou da pluralidad­e indígena que ele representa ao tomar posse na instituiçã­o.”desde que me convidaram ou me animaram para ocupar essa cadeira número cinco, eu me perguntava: ‘Será que nessa cadeira cabem 300?’. Como dizia Mario de Andrade, eu sou 300. Olha que pretensão. Eu não sou mais do que um, mas eu posso invocar mais do que 300. Nesse caso, 305 povos, que nos últimos 30 anos do nosso país, passaram a ter a disposição de dizer: ‘Estou aqui’. Sou guarani, sou xavante, sou caiapó, sou yanomami, sou terena”, disse Krenak.

HISTÓRIA DE AILTON KRENAK

Ailton Alves Lacerda Krenak nasceu em Itabirinha, Minas Gerais, em 1953, na região do vale do Rio Doce. Aos 17 anos, mudou-se com a família para o Paraná, onde trabalhou como produtor gráfico e jornalista.

É ambientali­sta, filósofo, poeta, escritor e doutor honoris causa pela Universida­de Federal de Minas Gerais (UFMG), Universida­de de Brasília (UNB) e Universida­de Federal de Juiz de Fora (UFJF). Tem trajetória marcada pelo ativismo socioambie­ntal e de defesa dos direitos dos povos indígenas. Participou da fundação da Aliança dos Povos da Floresta e da União das Nações Indígenas (UNI).

Entre 2003 e 2010, Ailton Krenak foi assessor especial do governo de Minas Gerais para assuntos indígenas, nas gestões de Aécio Neves e António Anastasia. Em 2014, foi palestrant­e do seminário internacio­nal Os Mil Nomes de Gaia, realizado no Rio de Janeiro.

Tem mais de 15 livros publicados, dentre os quais: A vida não é útil (2020), Futuro ancestral (2022) e Ideias para adiar o fim do mundo (2019). Alguns deles foram traduzidos para mais de 13 países. Conquistou o Prêmio Juca Pato de Intelectua­l do Ano, da União Brasileira dos Escritores (UBE), em 2020. Atualmente, vive na Reserva Indígena Krenak, no município de Resplendor, em Minas Gerais.

 ?? COLETIVO GARAPA ?? Krenak é ambientali­sta, filósofo, poeta, escritor e doutor honoris causa pela Universida­de Federal de Minas Gerais (UFMG), Universida­de de Brasília (UNB) e Universida­de Federal de Juiz de Fora (UFJF)
COLETIVO GARAPA Krenak é ambientali­sta, filósofo, poeta, escritor e doutor honoris causa pela Universida­de Federal de Minas Gerais (UFMG), Universida­de de Brasília (UNB) e Universida­de Federal de Juiz de Fora (UFJF)

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