Jornal do Commercio

Israel retira suas tropas do sul de Gaza após seis meses de guerra com o Hamas

Pouco depois, o primeiromi­nistro, Benjamin Netanyahu, garantiu que Israel está “a um passo da vitória” em Gaza

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OExército israelense retirou suas tropas do sul de Gaza neste domingo (7), seis meses depois de uma guerra devastador­a entre Israel e o movimento islamista Hamase quando as negociaçõe­s para uma trégua devem ser retomadas.

As forças de segurança de Israel indicaram, no entanto, que uma“força significat­iva” continuará operando no território palestino sitiado para “realizar operações precisas baseadas em inteligênc­ia”.

Pouco depois, oprime iro-m in istro,Benj amin Netanyahu,garantiu queisrae lestá “a um passo da vitória” em Gaza e insistiu que não haverá um cessar-fogo até que o Hamas liberte todos os reféns.

“Isso simplesmen­te não acontecerá ”, declarou peranteo conselho de ministros, no momento em que negociaçõe­s para uma trégua devem ser retomadas no Cairo.

Seis meses de guerra deixaram o estreito território palestino em ruínas e a maioria dos seus 2,4 milhões de habitantes está à beira da fome, segundo a ONU.

O Exército de Israel afirmou ter retirado suas forças do sul de Gaza após meses de confrontos que destruíram diversas cidades, sobretudo Khan Yunis, a principal da região e cidade natal do líder do Hamas, Yahya Sinwar.

“Hoje, domingo ,7 de abril, a 98ª Divisão de Comando das FDI [Forças de Defesa de Israel] concluiu sua missão em Khan Yunis”, afirmou o Exército.

Na madrugada de domingo, no entanto, as forças de segurança israelense­s bombardear­am o leste do Líbano, local com forte presença do Hezbollah, informou uma fonte próxima deste movimento pró-irã, embora a Defesa civil não tenha reportado vítimas.

“Os ataques israelense­s tiveram como alvo duas áreas do Vale do Bekaa, Khanta e Sifri”, disse à AFP uma fonte próxima ao grupo islamista libanês na região oriental de Baalbek.

Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, as trocas de ataques têm sido diárias entre o Exército israelense e o Hezbollah, que afirma apoiar o Hamas em sua guerra em Gaza.

RETORNO DOS DESLOCADOS

O conflito também deixou milhares de pessoas deslocadas­internamen­te, segundo a O nu, tendo a maiorias e refugiado emRaf ah, na fronteira fechada com o Egito, onde a ONU estima que estão cerca de 1,5 milhão de palestinos.

Após o anúncio do exército israelense, dezenas de refugiados palestinos em Rafah iniciaram sua viagem de retor noa K han Y uni sapé, de carro ou em carroças, segundo imagens da AFP.

Neste domingo, caminhões carregados com ajuda humanitári­a entraram em Rafah procedente­s do Egito. Suprimento­s médicos também chegaram ao complexo médico Kamal Adwan em Beit Lahia, no norte do território.

Aguerra começou em 7 de outubro, quando o hamas invadiu o sul de Israel e matou 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelense­s.

Os combatente­s palestinos também sequestrar­am 250 pessoas, das quais 129 permanecem detidas em Gaza, incluindo 34 que teriam morrido, segundo as autoridade­s israelense­s.

OFENSIVA EM GAZA

A ofensiva aérea e terrestre lançada por israel em resposta deixou pelo menos 33.175 mortos em Gaza, segundo o último balanço do Ministério da Saúde do território, governado pelo hamas desde 2007.

Israel também impôs um cerco “completo” ao território, impedindo a entrada de água, combustíve­l e alimentos.

No final de novembro, uma primeira trégua permitiu a entrada de ajuda em Gaza e a troca de uma centena de reféns por prisioneir­os palestinos detidos em prisões israelense­s. Masa ajuda, que chega aos poucos e requer a aprovação de Israel, não é suficiente.

- NOVA RODADA DE NEGOCIAÇÕE­S -

Na quinta-feira, o presidente americano, Joe Biden, exigiu que Netanyahu chegasse a um acordo para um cessar-fogo e insistiu na necessidad­e de aumentar o fluxo de ajuda para Gaza.

Biden, cujo governo é o principal fornecedor de armas de Israel, também sugeriu, pela primeira vez, condiciona­r a ajuda dos EUA a Israel a uma redução nas mortes de civis e a uma maior entrada de ajuda humanitári­a no território palestino.

DIÁLOGO POR SAÍDA

Os diálogos entre as duas autoridade­s ocorreram após Israel ter anunciado a demissão de dois oficiais responsáve­is pela morte de sete trabalhado­res humanitári­os, na sua maioria estrangeir­os, no ataque contra um comboio da ONGWorld Central Kitchen(wck) na faixa de gaza.

As negociaçõe­s para uma trégua devem ser retomadas neste domingo no Cairo, onde o diretor da CIA, Bill Burns, e o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahma­n bin Al Thani, se encontrarã­o com mediadores egípcios para conversas indiretas entre as delegações de Israel e do Hamas, de acordo coma mídia egípcia AlQ ah eraNews.

O grupo islamista palestino confirmou anteriorme­nte que suas principais exigências são um cessar-fogo completo em Gaza, a retirada das forças israelense­s e o retorno dos palestinos deslocados.

Netanyahu está sob crescente pressão interna para libertar os reféns. Na noite de sábado, dezenas de milhares de pessoas se manifestar­am para exigir sua renúncia, e no domingo, familiares dos reféns reuniram-se em Tel Aviv para exigira sua libertação.

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Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, conversa com soldado israelense na Faixa de Gaza

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