Brasil tem aumento recorde no total de médicos, mas distribuição é desigual
Lançada ontem, a pesquisa Demografia Médica do Brasil mostra que País tem 2,81 médicos por mil habitantes
Onúmero de médicos nunca foi tão alto no Brasil como agora. É o que revela o novo levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), divulgado nesta segunda-feira (8). Intitulada Demografia Médica CFM – 2024, a pesquisa mostra que o Brasil tem 575.930 médicos ativos, uma das maiores quantidade do mundo, numa evolução acelerada.
O número resulta em uma proporção de 2,81 médicos por mil habitantes, também a maior já registrada e que coloca o Brasil a frente dos Estados Unidos, Japão e China.
DISTRIBUIÇÃO DESIGUAL
O problema é que os médicos estão distribuídos de forma desigual pelo Brasil, com concentração em determinadas áreas, o que aprofunda um cenário de desigualdade também na fixação desses profissionais e acesso ao atendimento pela população.
REGIÕES DO BRASIL
O Sudeste tem uma proporção de médicos superior à média de 2,81 médicos por mil habitantes do Brasil. A região se destaca por ter a maior densidade e proporção, com 3,76 médicos por mil habitantes e 51% do total de médicos, enquanto abriga 41% da população brasileira.
Em contraste, o Norte exibe a menor razão e proporção de médicos (1,73), ficando significativamente abaixo da média nacional.
Já o Nordeste, com 19,3% dos médicos e 26,8% da população, apresenta uma razão de 2,22 médicos por mil habitantes, também abaixo da média nacional.
O Sul, por sua vez, com 15,8% dos médicos e 14,8% da população, exibe uma razão de 3,27 médicos por mil habitantes, enquanto o Centro-oeste, com 9% dos médicos e 8,1% da população, tem 3,39 médicos por mil habitantes, ambos acima da média nacional.
NAS CAPITAIS
Nas capitais, a média de médicos por mil habitantes alcança o patamar de 7,03, contra 1,89 observada no conjunto das cidades do interior.
Ao analisar os extremos dessa distribuição, Vitória (ES) registra a maior densidade: 18,68 médicos por mil habitantes.
Em contrapartida, no interior do Amazonas, a densidade é drasticamente menor, somente 0,20, o que ilustra os severos desafios de acesso a cuidados médicos em localidades remotas.
Além disso, com base no levantamento, o CFM alerta para a ausência de políticas públicas que estimulem a ida de médicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), para áreas mais distantes e menos desenvolvidas.