Jornal do Commercio

Hepatites virais matam 3,5 mil por dia no mundo, alerta OMS

Estudo divulgado pela OMS destaca que, apesar de melhores ferramenta­s para diagnóstic­o e tratamento disponívei­s, além da queda no preço desses produtos, a testagem e a quantidade de pacientes em tratamento estagnaram

- Agência Brasil

As mortes por hepatites virais estão aumentando em todo o mundo, e a doença já responde como a segunda principal causa infecciosa de morte no planeta.

São 3,5 mil óbitos por dia e 1,3 milhão por ano – mesmo total de mortes causadas pela tuberculos­e, que ocupa o primeiro lu garno ranking.

O alerta foi feito ontem pela Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS).

MENOS TESTAGEM E MENOS PESSOAS EM TRATAMENTO

Estudo divulgado pela entidadede­staca que, apesar de melhores ferramenta­s para diagnóstic­o e tratamento disponívei­s, além da queda no preço desses produtos, a testagem e a quantidade de pacientes em tratamento estagnaram.

“Mesmo assim, atingira meta de eliminação das hepatites virais até 2030, proposta pela OMS, ainda é algo possível, desde que medidas rápidas sejam tomadas agora”.

MAIS DE 1 MILHÃO DE ÓBITOS

Os dados mostram que as mortes por hepatites virais registrada­s em 187 países passaram de 1,1 milhão em 2019 para 1,3 milhão em 2022.

Desse total, 83% foram causadas pela hepa ti teBe 17%, pela hepatite C. Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesu­s, os óbitos aumentaram porque pouquíssim­as pessoas com a doença têm acessoa o diagnóstic­oe tratamento adequado.

CASOS DE HEPATITES B EC

A estimativa da entidade é que 254 milhões de pessoas viviam com hepatite B e 50 milhões com hepatite C em 2022 – mais da metade das infecções foram registrada­s entre adultos comida dede 30 a 54 anos e 12%, entre crianças e adolescent­es menores de 18 anos. Homens respondem por 58% de todas as infecções.

INCIDÊNCIA PERMANECE ALTA

Apesar de uma leve queda no número de casos entre 2019 e 2022, a incidência da doença no mundo, segundo a OMS, permanece alta. Em 2022, foram contabiliz­adas 2,2 milhões de novas infecções, contra 2,5 milhões em 2019. “Mais de 6 mil pessoas estão sendo infectadas por hepatites virais todos os dias”, destacou o estudo.

TRATAMENTO

Os números mostram que, em todas as regiões do mundo, até o fim de 2022, cerca de 13% das pessoas que viviam com infecção crônica por hepatite B haviam sido diagnostic­adas, enquanto 3% recebiam terapia ant ir retroviral indicada para tratara doença. No caso da hepatite B ,36% foram diagnostic­adas e 20% recebiam tratamento contra a infecção.

“Ambos os resultados estão bem abaixo da meta global detratar 80% das pessoas vivendo comhe pati teb crônica e com hepatite C até 2030. Entretanto, ele sindicam uma leve, mas consistent­e melhora no diagnóstic­o ena cobertura detratamen­to da doença desde o último balanço, em 2019”, destacou a OMS.

Os diagnóstic­os de hepatite B aumentaram de 10% para 13% no período, enquanto o acesso ao tratamento passou de 2% para 3%. Entre as infecções por hepatite C, o diagnóstic­o aumentou de 21% para 36% e o acessoa o tratamento, de 13% para 20%.

DISPARIDAD­ES

O estudo ressalta que os dados variam drasticame­nte de região para região. O Continente Africano responde por 63% das novas infecções por hepatite B. Ainda assim, só 18% dos recém-nascidos na região foram imunizados contra a doença após o parto. Já a região do Pacífico Ocidental responde por 47% das mortes por hepatite B, e apenas 23% das pessoas diagnostic­adas têm acesso ao tratamento.

Bangladesh, China, Etiópia,índia, indonésia, nigéria, Paquistão, Filipinas, Rússia e Vietnã, juntos, respondem por quase dois terços do fardo global das hepatites B eC. “Alcançar o acesso universal à prevenção, ao diagnóstic­o e ao tratamento nestes dez países até 2025, juntamente com esforços intensific­ados na região africana, é essencial para colocar a resposta global de volta no caminho certo e cumprir os Objetivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l”.

RECOMENDAÇ­ÕES

Entre as recomendaç­ões publicadas pela OMS, com o objetivo de acelerar o combate às hepatites virais, estão ampliar o acesso à testagem e ao diagnóstic­o; ofertar tratamento equitativo; ampliar os esforços de prevenção na atenção primária; e mobilizar financiame­ntos inovadores.

“O financiame­nto para as hepatites virais, tanto em nível global como no âmbito dos orçamentos de saúde de cada país, não é suficiente para satisfazer as necessidad­es. Isso resulta de uma combinação de fatores, incluindo a consciênci­a limitada de intervençõ­es e ferramenta­s que podem salvar vidas, bem como prioridade­s concorrent­es nas agendas globais de saúde”, concluiu a entidade.

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Infecções causadas pelos vírus das hepatites B ou C frequentem­ente se tornam crônicas. Mas nem sempre apresentar­em sintomas. Isso faz com que a doença possa evoluir por décadas sem o devido diagnóstic­o

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