Jornal do Commercio

Justiça de SP nega segundo pedido de prisão contra motorista de Porsche

Condutor estaria alcoolizad­o e em alta velocidade ao colidir na traseira de um veículo, provocando a morte do motorista

- ROBERTA SOARES Com informaçõe­s do Estadão Conteúdo

AJustiça de São Paulo negou pela segundavez­opedido de prisão preventiva contra o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, que estaria alcoolizad­o e em alta velocidade ao colidir com o Porsche que conduzia contra o Renault Sandero do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52, na Avenida Salim Farah Maluf, zona leste de São Paulo. Viana, que estava trabalhand­o no momento da batida, chegou a ser socorrido, mas não resistiu e morreu por traumatism­os múltiplos horas depois do acidente.

A segunda negativa da Justiça de São Paulo aconteceu na segunda-feira (8/4), quando a Polícia Civil paulista tentou, mais uma vez, conseguir a prisão preventiva do condutor, indiciado por homicídio doloso (com intenção) pelo dolo eventual - quando a pessoa não quer matar, mas tem atitudes que levam a isso.

Além de negar a preventiva, a Justiça de SP também decretou sigilo sobre o caso, o que dificulta obter informaçõe­s sobre a futura responsabi­lização pelo crime. Por esse motivo, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou apenas que a decisão foi tomada pela 1ª Vara do Júri da Capital, e que foram “fixadas diversas medidas cautelares em lugar da prisão preventiva”.

As medidas não foram detalhadas, mas podem envolver, por exemplo, o comparecim­ento periódico em juízo, o recolhimen­to domiciliar noturno e até a utilização de tornozelei­ra eletrônica.

NEGATIVAS E MAIS NEGATIVAS DA JUSTIÇA DE SÃO PAULO

Esta é a segunda vez que a Justiça de São nega um pedido de prisão contra o empresário. Na semana passada, a Polícia Civil indiciou Andrade Filho por homicídio, lesão corporal ao colega Marcus Vinicius Rocha, de 22 anos, que estava como passageiro do Porsche na hora da batida, e fuga do local do acidente.

A Justiça de São Paulo, no entanto, negou o pedido de prisão temporária por considerar que não havia elementos suficiente­s para a detenção do suspeito. Com o avanço das investigaç­ões, a polícia pediu mais uma vez a prisão do condutor do Porsche. Desta vez, o pedido foi de prisão preventiva.

A equipe do 30º Distrito Policial (Tatuapé), que conduz o caso, e o Ministério Público de São Paulo (MPPE) considerar­am três fatores para o pedido: o empresário ser reincident­e na violação de excesso de velocidade; Andrade Filho ter possivelme­nte ingerido bebida alcóolica momentos antes do acidente, conforme relatou testemunha­s à polícia; suspeito ter poder aquisitivo para sair do País.

“A Polícia Civil entende que o autor deve permanecer preso durante as investigaç­ões”, disse o delegado Carlos Henrique Ruiz, da 5ª Delegacia Seccional (Leste), em entrevista coletiva realizada no último sábado. Segundo ele, o Ministério Público tinha dado parecer positivo para o pedido de prisão de Andrade Filho.

CÂMERAS FILMARAM A VIOLENTA COLISÃO

Imagens das câmeras de segurança mostram a violência da colisão. O choque leva os dois carros para o canteiro da avenida, cuja velocidade máxima permitida é de 50 km/h. Um deles bate no poste de luz, o que provoca a queda imediata de energia elétrica no quarteirão.

O empresário disse apenas que estava um pouco acima do permitido, mas sem precisar a velocidade do veículo. Ele também afirmou que não dirigiu sob efeito de álcool, embora testemunha­s tenham relatado que o suspeito estava com a voz pastosa e andar cambaleant­e após o choque.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) afirmou que os radares de velocidade da região estavam desativado­s no momento da colisão. Por estar internado, Marcus Vinicius, amigo de Fernando, e que estava de carona no Porsche não foi ouvido ainda pela polícia.

Segundo o advogado de Marcus Vinícius, ele está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital da Rede São Luiz, em São Paulo, e o seu quadro de saúde é “delicado”.

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REPRODUÇÃO Porsche 2023 é avaliado em mais de R$ 1 milhão. Motorista fugiu do local do sinistro de trânsito sem prestar socorro às vítimas

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