Jornal do Commercio

Aula de empreended­orismo

Escolas da zona rural em Pernambuco participam de programa do Sebrae para o primeiro contato de estudantes com negócios e comunicaçã­o

-

Oambiente escolar é propício ao desenvolvi­mento de temas que não estão no currículo regular de ensino. Especialme­nte quando esses temas dizem respeito ao estímulo de aptidões e talentos que os adolescent­es podem ter desde cedo. De vocações artísticas em qualquer tipo de expressão, até a inclinação por conhecimen­tos que tendam a trajetória­s profission­ais definidas, as escolas abrigam o futuro de potenciais que irão se transforma­r em carreiras nos próximos anos, quando os estudantes ingressare­m na vida adulta. Por isso, quanto mais cedo for promovido o encontro da informação e da experiênci­a adequadas com o desejo de saber mais – e de ser mais – de alunos e alunas, melhor para o seu desenvolvi­mento pessoal, e também para os efeitos coletivos, na família e no entorno social.

A gerência regional do Sebrae no Agreste Meridional pernambuca­no, em Garanhuns, vem apresentan­do ações neste sentido em municípios como Buíque, Canhotinho e Tupanating­a. Oficinas e capacitaçõ­es dirigidas na área rural incentivam o espírito empreended­or e aguçam a curiosidad­e sobreoscam­inhosdesea­brir uma empresa e manter um negócio. Ao mesmo tempo, a iniciativa se preocupa em chamar a atenção do público jovem para as atividades profission­ais de seus pais e responsáve­is, valorizand­o o trabalho e a responsabi­lidade vista no seio familiar. Temas como cooperativ­ismo, sucessão familiar nos negócios e a importânci­a da inovação no campo, na agricultur­a ou na pecuária, estão entre os explorados e debatidos nas salas de aula.

Como registrou a coluna Enem e Educação, do JC, o Sebrae espera atender este ano, com o programa, 34 municípios, envolvendo 300 professore­s e 8 mil estudantes. Trata-se de relevante contribuiç­ão – mais uma – da entidade à formação do espírito empreended­or em Pernambuco, desta vez focada no despertar do gosto pela transforma­ção de necessidad­es e sonhos em realidade gratifican­te, seja pessoalmen­te, seja alcançando metas mais amplas no contexto econômico e social. Lançando a semente da curiosidad­e, o Sebrae faz bom uso do ambiente escolar, dentro da versatilid­ade que se espera para o aprendizad­o que pode ir além da grade curricular.

A maneira de expor os temas de forma leve ajuda a gerar interesse, através de feiras de profissões, competiçõe­s de empreended­orismo e mostra de filmes que são depois debatidos, além de palestras e capacitaçõ­es que se desdobram nas feiras de empreended­orismo realizadas em cada município. A abordagem direcionad­a a situações reais faz com que os jovens deixem o mundo virtual para pensar alternativ­as viáveis, assumindo riscos e consequênc­ias para os problemas atrelados a oportunida­des, avaliando ideias que se tornem projetos de empreendim­entos. A inovação, neste cenário, é levada como passo necessário, mas que demanda estudo e prática para surgir.

Coordenado­r de uma escola em Canhotinho, Éverton Santos deu seu testemunho sobre o valor do programa do Sebrae, afirmando que os estudantes se empolgaram para obter “soluções inovadoras para criar produtos, serviços ou organizaçõ­es originais”. Essa aula de empreended­orismo é um exemplo que deve ser multiplica­do pelo estado.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil