EUA condenam invasão à embaixada do México no Equador
Horas depois da crítica do presidente mexicano, conhecido por suas iniciais, AMLO, o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, condenou a ação equatoriana
Os Estados Unidos condenaram, nesta terça-feira (9), “o uso da força contra funcionários da embaixada” do México no Equador, após a reclamação do presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, por sua reação inicialmente morna à invasão que o levou a romper relações com Quito.
Horas depois da crítica do presidente mexicano, conhecido por suas iniciais, AM LO, o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, condenou esta violação da Convenção de Viena de 1961 sobre a inviolabilidade das sedes diplomáticas.
Segundo Sullivan, “o governo equatoriano ignorou suas obrigações para com o direito internacional como Estado anfitrião de respeitar” esse princípio e“pôs em risco os fundamentos das normas e relações diplomáticas básicas”.
Nesta terça, em sua habitual coletiva de imprensa, López Obrador considerou “ambíguos” os pronunciamentosdos estados unidos e do canadá, ao mesmo tempo em que exibiu imagens inéditas da incursão policial para prenderoex-presidente Jorge Glas, acusado de corrupção, que tinha se asilado na embaixada.
No vídeo, veem-se policiais apontando armas longas na direção do diplomata Roberto Canseco, a quem arrastam agarrando-o pelo pescoço na noite de sexta passada. Também aparece o momento em que Glas é levado, aparentemente algemado.
“Revimos as imagens das câmeras de segurança da embaixada do México e acredita mosque estas ações foram um erro”, afirmou Sullivan.
Inicialmente, o Departamento de Estado condenou “qualquer violação” da Convenção de Viena e chamou México e Equador a resolveremsuas diferenças“conjuntamente ”.
‘TEMEMOS POR SUA VIDA’
AMLO tachou de “ambíguos” este pronunciamento e o do Canadá - que se referiu a uma “aparente” violação da imunidade diplomática- e disse ter sentido falta de uma reação direta de seu contraparte americano, Joe Biden.
P orisso, instou os dois países - seus parceiros no bloco comercial T-MEC - a “se pronunciarem abertamente”, descartando que esta situação possa afetar as relações.
Mas, se esta “violação” não for denunciada e se não “forem respeitados” os tratados internacionais desaparece o “respeito à soberania, vira alei domais forte ”, advertiu.
Por sua vez, Glas, de 54 anos, voltou nesta terça para uma prisão de alta segurança de Guayaquil (sudoeste), após ter sido hospitalizado na segunda-feira devido a um mal estar sofrido por se negara comer durante 24 horas, segundo as autoridades equatorianas.
Sua captura, horas depois de ter recebido asilo político, levou o México a romper relações com o Equador e a anunciar uma ação contra o país sul-americano perante a Corte internacional de justiça (CIJ).
A incursão policial foi condenada por cer cade 30 países e sete organizações globais e regionais, como ao nu e a organização de Estados Americanos(o e a ), onde o tema era tratado, nesta terça, apedido do Equador, que considera ilegal o asilo concedido aglas porque ele é acusado de um crime comum.
A atitude do méxico“mina e desnaturaliza afigurado asilo diplomático” ao concedê-lo “a um condenado e fugitivo da justiça equatoriana promovendo a impunidade ”, acusou o vice-ministro de relações exteriores do equador, Alejandro Dávalos, perante a OEA.
Não havia nasala nenhum representante da delegação mexicana, que muito provavelmente participará da sessãoprevista para quarta-feira pela manhã, desta vez convocada por Colômbia e Bolívia.
Os advogados de Glas denunciam que não conseguiram vê-lo porque permanece isolado.
“Tememos por sua vida”, afirmou, nesta terça, o eurodeputado espanhol manu pi neda, durante uma coletiva de imprensa no Parlamento Europeu, ao lado do ex-presidente equatoriano Rafael Cor rea, de que mg las foi vice.
O ex-presidente (20072017), também condenado por corrupção e exilado na Bélgica, pediu uma “resposta forte” da comunidade internacional, propondo, inclusive, a saída do Equador de embaixadores da União Europeia.
REUNIÃO DA CELAC
Ló pez obrador apresentou pela primeira vez imagens do interior da embaixada durante a ação policial.
No vídeo, os policiais aparecem entrando abruptamente - um deles, após escalar um muro - com armas longas e escudos. Em seguida, outro agente aponta a arma para Canseco na biblioteca.
Mais adiante, o diplomata aparece lutando com os agentes, que o arrastam segurando-o pelo pescoço. Canseco se levanta e continua resistindo aos policiais, enquanto saem da sede diplomática. Do lado de fora, ele volta a enfrentá-los até ser posto de joelhos.
Acrise foi abordada nesta terça em uma reunião de representantes de Colômbia, Honduras e São Vicente e Granadinas, coordenadores da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).
“O México exorta aos Estados-membros da Ce laca endossarademanda” perante a CIJ, pediu a chanceler Alicia Bárcena durante o encontro.