Jornal do Commercio

Vetos de Lula à lei da ‘saidinha’ e o receio de uma rebelião na cadeia

- ROMOALDO DE SOUZA Correspond­ente do SJCC em Brasília romoaldode­souza@radiojorna­l.com.br

PUTO DA VIDA!

A reação do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-rj) foi de “profunda decepção” com os 277 deputados que o mantiveram atrás das grades, em Campo Grande (MS). “P0774, será que essa defesa foi bem feita?”, questionou.

TRADIÇÃO, FAMÍLIA E LIBERDADE

Foram alguns dos argumentos apresentad­os pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowsk­i, recomendan­do que o presidente Lula da Silva (PT) sancionass­e com vetos, projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, permitindo que a saidinha de presos em datas comemorati­vas, como Dia das Mães, dos Pais, da Criança, Natal e Ano Novo.

DESDE QUE

A exigência do governo é para o uso de tornozelei­ra eletrônica quando o preso gozar do benefício. Lula, contudo, aprova que os presidiári­os passem por exame criminológ­ico quando forem progredir de pena.

Autor da emenda que permite a presos de estudarem foram da cadeia, o senador Sérgio Moro (União Brasil-pr) acusou o presidente Lula de virar as costas para “as vítimas e a segurança”.

“Ao vetar a lei que colocava fim à saidinha dos presos nos feriados, ignora as vítimas e a segurança da sociedade, e confirma o porquê foi o candidato favorito nos presídios. Vou trabalhar com meus pares para derrubar o veto”, afirmou Moro.

‘DEIXA ELE’

Vai partir da Comissão de Segurança Pública, da Câmara dos Deputados, a reação do Congresso Nacional para derrubar os vetos ao projeto. “Esse governo está brincando com fogo. Nessa toada, Lula vai perder todas”, antecipou o presidente do colegiado, Alberto Fraga (PL-DF).

ENTORNANDO O CALDO

Que as relações políticas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o governo Lula nunca foram as melhores, isso não é novidade para ninguém, nem mesmo quando o petista determinou que o PT não lançasse candidatur­a, em 2023 para disputar com o alagoano, “para não deixar a água turva.”

Questionad­o sobre uma possível “fraqueza” por não conseguir livrar Chiquinho Frazão do xilindró, Lira atribuiu essa “absurda hipótese” a uma suposta articulaçã­o do ministro Alexandre de Moraes, das Relações Institucio­nais. “[A notícia] foi vazada do governo e, basicament­e, do ministro [Alexandre] Padilha, que é um desafeto, além de pessoal, um incompeten­te”, disse Lira.

PENSE NISSO!

Minha avó paterna, Joana Francisca da Conceição, sempre que me via em uma situação desfavoráv­el, se apropriava de um chavão português, “quem muito se agacha a b**da mostra.”

Aí o cidadão contribuin­te/eleitor, liga a TV Senado e de repente aparece o senador Eduardo Girão (Novo-ce) fazendo um discurso no estilo “The book [is] on the table.” “My name is Girão” e prossegue para afirmar que é parlamenta­r pela bancada cearense: “… and I am a senator from Brazil by the State of Ceará.”

Girão estava se dirigindo ao multimilio­nário Elon Musk, dono do X [extwitter], para dar seu apoio às críticas do sul-africano: “Your positions against authoritar­ian decisions are a reinforcem­ent to the return of democracy in Brazil” [Para agradecer pelo seu apoio à liberdade de expressão no Brasil. Suas posições contra as decisões autoritári­as são um esforço para o retorno da democracia no Brasil]

Vendo e ouvindo aquela presepada, eu só me lembrei da música “From United States Of Piauí” que contém um crítico diálogo de Luiz Gonzaga com o filho, Gonzaguinh­a: “A minha prima escreveu pra mim. E não fala ‘venha cá’, só fala ‘come here. Vou mandar minha resposta breve. Para United States of Piauí”.

É demais, não é, não? Pense nisso!

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Arthur Lira, presidente da Câmara, e o presidente da República, Lula
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